Investimento olímpico: quase R$ 4 bi em 2011
Governo, estado e prefeitura financiarão os projetos para modernizar a infraestrutura da cidade
27 de setembro de 2010 - Os preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016 deverão contar com cofres cheios no ano que vem. O governo federal, o estado e a prefeitura do Rio deverão investir mais de R$3,7 bilhões em recursos públicos, vindos de parcerias com a iniciativa privada ou financiamentos em projetos para modernizar a infraestrutura da cidade, em instalações esportivas e pagamento de salários e treinamento de profissionais. O maior volume de recursos será aplicado pela prefeitura, que prevê R$2,6 bilhões em programas como implantação de BRTs (corredores de ônibus articulados) , expansão de ciclovias e urbanização de comunidades pelo programa Morar Carioca (que se propõe a urbanizar todas as favelas da cidade até 2020), entre outros.
O valor exato ainda não é conhecido porque o governo do estado só divulgará seu orçamento na semana que vem. O maior investimento, porém, deverá ser nas reformas do Maracanã, que está sendo modernizado para a Copa do Mundo de 2014, mas também será palco de partidas de futebol e das cerimônias de abertura e encerramento das Olimpíadas. Os gastos previstos com o estádio em 2011 chegam a R$350 milhões, ou quase a metade do valor total da obra (R$705,6 milhões), que será executada com recursos próprios e financiamento do BNDES (em fase de análise).
Orçamento para BRTs chega a R$483 milhões
O orçamento para os BRTs chega a R$483 milhões. O Transcarioca (Barra-Aeroporto Internacional Tom Jobim), que será financiado em parte com recursos do BNDES (o contrato ainda não foi assinado), receberia o maior aporte de verbas: R$480 milhões. As obras deste BRT deveriam ter começado este ano, mas foram adiadas devido à demora para concluir as negociações com o a instituição financeira. No caso do Transoeste (Barra-Santa Cruz), deverão ser gastos R$359 milhões (recursos municipais).
Em 2011, as obras do Transcarioca devem se concentrar no trecho de maior complexidade, entre Campinho e Madureira. As intervenções incluem serviços considerados complexos, como a construção de um mergulhão sob um dos cruzamentos mais movimentos da Zona Norte, formado pela estradas Cândido Benício e Intendente Magalhães; o Largo do Campinho e a Rua Domingos Lopes.
“A estratégia é priorizar aquilo que dá mais tempo para fazer, evitando surpresas no planejamento. No caso do Transcarioca, decidimos que as desapropriações seriam por lotes e as obras, iniciadas pelos trechos mais complexos. Até janeiro a questão do financiamento com o BNDES deve estar solucionada”, disse o prefeito Eduardo Paes.
De todos os projetos previstos, apenas um tem previsão de conclusão já em 2011. A Secretaria municipal de Obras prevê entregar em junho o Parque Olímpico Cidade do Rock, na Avenida Salvador Allende, que será aberto três meses depois, com a realização da quarta edição do Rock In Rio na cidade. Nas Olimpíadas, o espaço será usado como área de lazer para os atletas. Marcada inicialmente para o próximo dia 4, a licitação foi suspensa ontem porque o Tribunal de Contas do Município (TCM) solicitou esclarecimentos sobre o edital. A prefeitura espera respondê-los a tempo de poder fazer a licitação na data prevista.
Na Zona Portuária, os gastos previstos são de R$784 milhões. Deste total, R$164 milhões são da própria prefeitura, responsável pela execução da primeira fase do projeto Porto Maravilha, que deve ser concluído em 2012 e inclui a reurbanização da área histórica e a implantação dos museus do Amanhã (no píer) e do Museu do Rio (na Praça Mauá). A fase 2, que inclui outras obras de urbanização além da demolição do Elevado da Perimetral em cinco anos, teria R$600 milhões em 2011, vindos de uma parceria público-privada. Dois consórcios estão na disputa pela concorrência, organizada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto do Rio. O resultado deve ser divulgado em outubro.
Ministérios do Esporte e da Justiça propõem R$1,2 bi
A proposta orçamentária do governo federal para os ministérios do Esporte e da Justiça ao Congresso prevêem investimentos diretos de quase R$1,2 bilhão. O Ministério da Justiça se propõe a arcar com R$469,8 milhões da chamada Bolsa Olímpica para profissionais da segurança pública (incluindo policiais e guardas municipais) do Rio. Os valores a ser pagos a 63 mil profissionais da capital seriam de R$443 (entre janeiro e junho) e R$800 (de julho a dezembro).
O Ministério do Esporte não deu detalhes sobre o plano de gastos. O orçamento da pasta prevê investimentos de R$370 milhões em sete instalações esportivas. A assessoria argumentou que os cronogramas para a execução de projetos ainda estão sendo elaborados. Em agosto, a FGV Projetos foi contratada para elaborar estudos complementares sobre os investimentos da União. Os estudos foram necessários devido a mudanças no projeto original apresentado ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para incluir a Zona Portuária.
Fonte: O Globo