IPI menor ainda não é eficaz
Redução do imposto para 36 itens, depois de um mês, pouco influencia no custo final de uma obra
28 de maio de 2009 - A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para materiais de construção ainda não chegou ao bolso de quem está construindo ou reformando em seu primeiro mês de vigência.
Índices de preço e inflação revelam que o impacto da redução do imposto significa pouco em relação ao custo final de uma obra, e também não é suficiente para derrubar indicadores.
O resultado de abril do Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), que inclui preços de materiais, serviços e mão de obra, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ficou 0,01% menor do que no mês anterior. Já o IGPM, índice de inflação calculado pela FGV que tem o INCC como um de seus componentes - respondendo por 10% do peso - recuou 0,15% no mês.
No varejo, o levantamento do Dieese mostra que a redução do IPI baixou o preço do cimento, por exemplo, em 2,71% em abril - só que a alta foi de 27% nos últimos 12 meses. No caso das tintas, a queda foi de 0,79%, mas, em 12 meses, houve elevação de 10%. A massa corrida se saiu melhor: queda de 6,96% no mês e alta de 3,54% no período mais longo.
Pelas pesquisas da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), o preço dos 36 produtos desonerados entre março e abril estão até 8% mais baixos no mercado. "São poucos itens desonerados, ainda é pouco significativo para baixar os índices, mas quem está comprando, sente", afirma o presidente da Anamaco, Claudio Conz. Para ele, com um mês de IPI reduzido não dá para tirar conclusões quanto ao rendimento, já que problemas com a publicação da lista de desonerações fez com que as cerâmicas "perdessem" 20 dias de redução de imposto.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Materiais de Construção (Abramat), Melvyn Fox, a redução de taxas por três meses de certos itens não é grande negócio para quem está construindo, já que uma obra demora entre um ano e meio e dois anos para ficar pronta. "Ele não tem como comprar todo o cimento que vai precisar e estocar", afirma. "Para dar um bom benefício, a redução deveria contemplar mais itens da cadeia e por um período maior, até dois anos", sugere. A ampliação da lista de desonerados e o aumento do prazo são pleitos da associação junto ao Ministério da fazenda.
Vendas fracas
O resultado não foi melhor para os produtores, também, porque o varejo ainda estava abastecido com estoques antigos, e praticamente nada foi vendido a ele com os preços mais baixos. Em relação ao mês anterior, o volume de vendas foi 4,45% menor. A partir de maio, acredita Fox, os resultados devem ser melhores. "O programa Minha Casa, Minha Vida ainda está no começo, e logo começam a aparecer seus efeitos sobre as vendas", diz ele.
Fonte: Jornal da Tarde - SP
28 de maio de 2009 - A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para materiais de construção ainda não chegou ao bolso de quem está construindo ou reformando em seu primeiro mês de vigência.
Índices de preço e inflação revelam que o impacto da redução do imposto significa pouco em relação ao custo final de uma obra, e também não é suficiente para derrubar indicadores.
O resultado de abril do Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), que inclui preços de materiais, serviços e mão de obra, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ficou 0,01% menor do que no mês anterior. Já o IGPM, índice de inflação calculado pela FGV que tem o INCC como um de seus componentes - respondendo por 10% do peso - recuou 0,15% no mês.
No varejo, o levantamento do Dieese mostra que a redução do IPI baixou o preço do cimento, por exemplo, em 2,71% em abril - só que a alta foi de 27% nos últimos 12 meses. No caso das tintas, a queda foi de 0,79%, mas, em 12 meses, houve elevação de 10%. A massa corrida se saiu melhor: queda de 6,96% no mês e alta de 3,54% no período mais longo.
Pelas pesquisas da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), o preço dos 36 produtos desonerados entre março e abril estão até 8% mais baixos no mercado. "São poucos itens desonerados, ainda é pouco significativo para baixar os índices, mas quem está comprando, sente", afirma o presidente da Anamaco, Claudio Conz. Para ele, com um mês de IPI reduzido não dá para tirar conclusões quanto ao rendimento, já que problemas com a publicação da lista de desonerações fez com que as cerâmicas "perdessem" 20 dias de redução de imposto.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Materiais de Construção (Abramat), Melvyn Fox, a redução de taxas por três meses de certos itens não é grande negócio para quem está construindo, já que uma obra demora entre um ano e meio e dois anos para ficar pronta. "Ele não tem como comprar todo o cimento que vai precisar e estocar", afirma. "Para dar um bom benefício, a redução deveria contemplar mais itens da cadeia e por um período maior, até dois anos", sugere. A ampliação da lista de desonerados e o aumento do prazo são pleitos da associação junto ao Ministério da fazenda.
Vendas fracas
O resultado não foi melhor para os produtores, também, porque o varejo ainda estava abastecido com estoques antigos, e praticamente nada foi vendido a ele com os preços mais baixos. Em relação ao mês anterior, o volume de vendas foi 4,45% menor. A partir de maio, acredita Fox, os resultados devem ser melhores. "O programa Minha Casa, Minha Vida ainda está no começo, e logo começam a aparecer seus efeitos sobre as vendas", diz ele.
Fonte: Jornal da Tarde - SP