Isolamento de ruídos passa a ser opção antes da construção
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Empresas oferecem serviço para se adiantarem ao cumprimento da norma
06 de novembro de 2013 - Oferecer opcionais que vão de cozinha gourmet a pisos variados já faz parte da lista de diferenciais das construtoras para que o cliente escolha, durante a construção, como quer deixar o imóvel em que vai morar. A Fernandes Maciel, no entanto, acrescentou um novo item à relação desses serviços, num empreendimento que será erguido em Santa Rosa, em Niterói: a colocação de isolamento acústico feito por uma manta master, nos quartos e na sala. Num imóvel de três quartos, por exemplo, o custo da opção é de R$ 5 mil.
O diferencial se aproxima do que é estabelecido pela Norma 15.575/2013, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conhecida como Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais. Ela determina uma série de regras às quais os projetos submetidos à aprovação de prefeituras, após 19 de julho deste ano, devem se adequar.
Para Lydio Bandeira de Mello, presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Produtividade e Qualidade (Comat), do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio (Sinduscon-Rio), o motivo seria uma estratégia da empresa para se adiantar ao cumprimento da norma.
— Não sei se nas construções em andamento, e não sujeitas a atender os requisitos da norma, já tenha alguma construtora fazendo por conta própria. Acho que é uma estratégia comercial da empresa.
Para o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio (Ademi-RJ), João Paulo Matos, é uma atitude que não faz sentido.
— Acho difícil particularizar esse tipo de padronização.
A construtora foi procurada por e-mail e por telefone. No último contato, uma atendente informou que retornariam a ligação, o que não ocorreu.
‘O apartamento de cima perde alguns centímetros’
“O isolamento acústico é um diferencial legal. O pessoal de vendas usa como um forte argumento de que os apartamentos são mais silenciosos (Fabio é um dos diretores da construtora paulista Tecnisa). De cada dez brigas entre vizinhos, quatro são por ruídos. Se você não é obrigado, pode oferecer como opcional. O que é estranho, neste caso, é que o serviço é executado no andar superior. O apartamento de cima perde alguns centímetros no pé-direito, e fica com algumas restrições, como o tipo de piso. Não é qualquer um que ele vai poder colocar. Por isso, nas nossas construções fazemos em todos os apartamentos. Se faço isso numa unidade, e não em outras, fica um degrau”.