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Lançamentos de imóveis caem em 2022 devido à Selic em alta

Texto: Naíza Ximenes

A pesquisa foi divulgada pela Brain Inteligência Estratégica

foto de cédulas e moedas do real brasileiro
O Banco Central decidiu manter a Selic em 13,75% pela quinta vez consecutiva (Foto: Marcelo F Junior/Shutterstock)

28/03/2023 | 16:32 –  A pesquisa divulgada pela Brain Inteligência Estratégica constatou que os lançamentos de imóveis em 2022 registraram declínio significativo em comparação com 2020 e 2021 — anos que tiveram resultados históricos para o setor imobiliário.

Segundo especialistas, o desempenho foi causado pelo crescimento expressivo da taxa Selic, que chegou a 13,75% em 2022. De acordo com o levantamento, as novas construções até novembro do ano passado chegaram a 1.855 unidades. Em 2021, os lançamentos por trimestre chegaram a mais de 4.300 unidades.

Expandindo o estudo para os primeiros meses de 2023, a instituição também apurou que foram lançados apenas 12 empreendimentos residenciais nos primeiro trimestre deste ano, totalizando 1.894 unidades em São Paulo. O padrão com maior disponibilidade foi o de superluxo, seguido pelo médio. Os imóveis de um dormitório têm a menor disponibilidade.

“O recuo indica um movimento em busca de equilíbrio do mercado, após dois anos de recordes de vendas, e a preocupação com o cenário econômico brasileiro”, afirma Fábio Tadeu Araújo, sócio dirigente da Brain Inteligência Estratégica.

“A queda nos lançamentos nos últimos meses é diferente da registrada em outros momentos de alta demanda, em que as empresas compravam mais terrenos, levando a potencial excesso de oferta. Desta vez, há cautela em aumentar o estoque”, diz Araújo.

Até janeiro deste ano, segundo a consultoria, havia 2.838 unidades à venda na capital paulista, ante 3.518 em 2022 e 1.406, em 2021.

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Pela análise da consultoria, dois motivos impulsionaram o desempenho, em especial. Em 2022, foi o receio de empresários com o cenário nacional, especialmente durante as eleições. Neste ano, é a taxa de juros que pesa na decisão dos empreendedores.

O especialista explica que a alta da Selic tem levado a saques recordes da poupança, diminuindo a oferta de crédito. Em janeiro deste ano, a retirada foi de R$ 33,631 bilhões, o maior saque líquido da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995.

As fugas recordes de recursos da poupança pressionam os bancos a limitar o financiamento. "Esse encarecimento, de um lado, faz com que alguns incorporadores esperem um pouco mais para construir, e a outros, a procurar o mercado de capitais", diz o diretor da Brain Inteligência Estratégica.

Segundo o executivo, esses movimentos fazem com que os planos de lançamentos sejam adiados.

O Banco Central decidiu manter a Selic em 13,75% pela quinta vez consecutiva, apesar da pressão do governo Lula (PT). A taxa está no maior patamar desde 2016.

A expectativa é que os lançamentos de 2023 se concentrem no mercado considerado econômico, com o novo Minha Casa, Minha Vida. "Várias empresas que tinham abandonado esse segmento voltaram ou estão se constituindo para atuar ", diz França.

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