Lançamentos imobiliários podem ultrapassar as vendas
No primeiro trimestre, o total vendido no município de São Paulo ultrapassou o volume de lançamentos no período
21 de maio de 2009 - Os lançamentos imobiliários poderão superar as vendas na cidade de São Paulo a partir do terceiro trimestre deste ano, segundo o economista-chefe e diretor executivo do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), Celso Petrucci.
A expectativa é que as incorporadoras aumentem o ritmo de lançamentos em função do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida", em vigor desde 13 de abril.
No primeiro trimestre, o total vendido no município ultrapassou o volume de lançamentos no período. Foram lançadas 3.154 unidades na capital paulista e vendidas 4.831 unidades. A piora do cenário macroeconômico em decorrência da crise financeira internacional teve impacto na demanda por imóveis. As incorporadoras passaram a rever seus projetos, ajustando a oferta à demanda mensurada.
"Até as empresas adequarem projetos e lançamentos vai levar um tempo. Está havendo um escoamento muito forte de estoques na cidade de São Paulo", disse o representante do Secovi-SP.
No primeiro trimestre, as vendas de imóveis de três dormitórios corresponderam a 42% do total de unidades, de dois dormitórios, a 36%, de quatro dormitórios, a 21%, e de um dormitório, a 1%. "A tendência é que, em bairros mais afastados como Jaraguá e Itaquera, sejam lançados imóveis de R$ 80 mil a R$ 130 mil para atender ao chamado do governo federal com o programa "Minha Casa, Minha Vida"", disse Petrucci, ressaltando que é difícil para as empresas tornar viáveis no município empreendimentos com valor por unidade abaixo de R$ 130 mil.
A Associação Brasileiras das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) ainda não divulgou a projeção para o ano. A estimativa do Secovi-SP de crédito imobiliário com recursos da poupança para 2009 é de R$ 28 bilhões.
Conforme Petrucci, a previsão de recursos disponíveis do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para habitação este ano é de R$ 24,8 bilhões. O representante do Secovi-SP citou também que, antes do programa "Minha Casa, Minha Vida", o total de crédito imobiliário estimado para o ano era de R$ 42,8 bilhões, valor que passou para R$ 79,3 bilhões.
Queda
O Secovi também divulgou ontem que as vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo caíram 43% no primeiro trimestre deste ano, para 4.831 unidades, em comparação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e março de 2009, lideraram as vendas os imóveis com três dormitórios, que corresponderam a 42% do total de unidades.
Em seguida, aparecem os imóveis de dois dormitórios, que foram equivalentes a 36% do total. Completam a lista, as vendas de imóveis de quatro dormitórios, que corresponderam a 21% do total das vendas, e os de um dormitório (1%).
O Secovi-SP citou dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) que apontam lançamentos de 3.154 unidades na capital paulista nos três primeiros meses deste ano, 55% a menos que as unidades lançadas em intervalo equivalente do ano passado. Com isso, o total vendido no primeiro trimestre de 2009 superou o volume de lançamentos no período. Para o Secovi-SP, o aumento de estoque registrado no fim de 2008 "começa a ser compensado com as vendas deste ano".
Apenas no mês de março, foram lançadas 1.561 unidades no município de São Paulo, acima das 1.211 de fevereiro e das 382 de janeiro. Naquele mês, as vendas chegaram a 2.162 imóveis novos, ante 1.556 em fevereiro e 1.113 em janeiro, o que indica, segundo o Secovi-SP, que os efeitos da crise financeira internacional sobre o setor imobiliário "são cada vez mais tênues".
Conforme o Secovi-SP, sondagem realizada no início de maio, com "parcela significativa de empresas do setor", estimou aumento de 20% a 25% do número de unidades negociadas no mês de abril em relação a março.
Fonte: Jornal do Commercio