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Latasa cresce no negócio de reciclagem

Texto: Redação PE

A Latasa, recicladora de alumínio, ganhou corpo recentemente com a aquisição de ativos da concorrente Inbra e espera terminar o ano com faturamento de R$ 1,5 bilhão, afirmou ao jornal Valor Econômico, Mário Fernandez, presidente da empresa. Em dois anos, a companhia planeja elevar sua capacidade de reciclagem em 18% com um investimento de R$ 30 milhões em uma nova unidade em Centenário do Sul, no norte do Paraná.

A empresa tem atualmente capacidade de reciclagem de 200 mil toneladas ao ano em três unidades de reciclagem: duas em Pindamonhangaba (SP) e uma em Itaquaquecetuba (SP), que era da Inbra e adicionou neste ano à Latasa uma capacidade anual de 54 mil toneladas. A empresa opera ainda 21 centros de coleta, nos quais capta 10 mil toneladas de sucata de alumínio ao mês.

Controlada pelo grupo Recicla BR, a Latasa é, segundo diz, a maior recicladora de alumínio do país. Em breve, será ultrapassada pela Novelis, que está finalizando sua expansão de reciclagem das atuais 190 mil toneladas para 390 mil toneladas ao ano.

A expectativa de Fernandez é dar início à produção da unidade paranaense em 2016. "Temos uma visão conservadora de terminar em dois anos", diz. O terreno foi cedido à empresa pela prefeitura e, ainda em 2014, a expectativa é de avançar nas questões burocráticas e dar início à terraplenagem do local da obra.

Segundo o executivo, dos R$ 30 milhões necessários para o projeto, um terço será de caixa próprio da companhia e o restante, financiado, inclusive com uma agência de fomento ligada ao governo do Paraná.

Atualmente, a companhia transforma 100% de sua produção em ligas de alumínio, que vende principalmente para os setores de embalagens, siderurgia e automobilístico. Da nova produção, 90% serão transformados em tarugos, e o restante ainda não está definido. Entre as opções estão as ligas e o pó de alumínio.

Segundo Fernandez, a empresa poderá fazer novas expansões nos próximos anos, já que o momento é favorável à reciclagem no país, com o fechamento de linhas de produção de alumínio primário. "Temos uma estratégia de crescimento. O grupo passou por uma reestruturação nos últimos três anos, que estamos terminando em 2014. Passamos de uma empresa familiar para uma empresa profissional", afirmou.

A Latasa foi fundada em 1991 com foco na fabricação de latas de alumínio. Foi vendida para a inglesa Rexam. No segmento de reciclagem, teve entre seus acionistas Tomra, Nexans e Aleris. Em dezembro de 2010, foi comprada por dois grupos nacionais: Canto e Ruas. No início do ano passado, o Canto comprou os 25% detidos pelo Ruas e passou a controlar 100% do capital da empresa.

A compra da Inbra, de 1976, foi efetivada neste ano e vai ajudar a Latasa a chegar a R$ 1,5 bilhão de receita, diz o executivo, que entrou na empresa pelo grupo Ruas. "Vemos um ano bom, apesar de algumas condições desfavoráveis".

Segundo ele, alguns mercados estão mais fracos no ano. Por outro lado, afirma, a empresa trabalha com um custo bastante enxuto. Dos três principais mercados, a demanda mais forte vem de embalagens de alumínio, puxada pelo consumo de latinhas.

Independentemente do crescimento da demanda, Fernandez avalia que o momento é favorável para elevar a produção de alumínio reciclado por causa da redução da produção de alumínio primário no Brasil. Desde o início do ano passado, já cortaram linhas de produção a Alcoa, Votorantim Metais, Novelis e a Alumar (controlada por Alcoa e BHP Billiton).

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