Laudos apontam que estrutura de obra que desabou em SP era insuficiente
Laudos do Instituto de Criminalística apontam que a estrutura de concreto usada na obra que desabou em São Mateus, na zona leste de São Paulo, em agosto do ano passado, era insuficiente. As informações são do telejornal "Bom Dia São Paulo".
O documento com mais de cem páginas ficou pronto quase seis meses após o desmoronamento do edifício de dois andares que deixou dez operários mortos e 26 feridos em 27 de agosto.
Depois de analisar o projeto de reforma do prédio, examinar os escombros e conversar com os trabalhadores da obra, os peritos concluíram que as vigas de concreto utilizadas na reforma do prédio não tinham capacidade para suportar o peso do prédio.
O documento revela que o desabamento começou pela parte central do prédio; que não havia técnicos responsáveis pelo projeto da obra, fiscalização e controle de materiais usados; e que a empresa responsável pela reforma, a Salvatta Engenharia, não realizou o estudo geológico, que avalia as condições do terreno.
Ainda segundo os laudos, a condição da obra apresentava riscos para a vida e a integridade física dos funcionários.
Em dezembro do ano passado, a Polícia Civil indiciou o dono do prédio e um dos responsáveis pela obra do edifício, sob suspeita de desabamento doloso, quando há a intenção.
Para a polícia, Mustafa Abdallah Mustafa, 48, proprietário, e Alberto Alves Pereira, 47, apontado como responsável pela obra, não seguiram o projeto e, por isso, assumiram o risco de acidente.
No mesmo mês, a Justiça do Trabalho determinou que a Magazine Torra Torra --loja que estava sendo construída no local-- e a Jams Empreendimentos Agrícolas Ltda, dona do terreno, paguem R$ 3,5 milhões em indenizações às famílias dos dez trabalhadores mortos e dos 26 feridos.