Mais dinheiro do FGTS para moradia popular
Conselho Curador aprova aumento do orçamento do Fundo de R$ 43,9 bilhões para R$ 56,6 bilhões, dos quais R$ 36,7 bilhões vão para programas habitacionais
25 de julho de 2012 - A habitação popular vai ter mais dinheiro este ano. O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou ontem recursos extras da ordem de R$ 10,7 bilhões para a habitação voltada para a população de baixa renda, além de R$ 2 bilhões de subsídio para a compra da casa própria. Com a decisão, o orçamento do FGTS para 2012, que era de R$ 43,9 bilhões, passará para R$ 56,6 bilhões. Do total, R$ 36,7 bilhões vão para os programas habitacionais e R$ 6,4 bilhões são de subsídio.
O orçamento do fundo também contempla financiamento para saneamento e infraestrutura urbana, que permanece inalterado. São R$ 5 bilhões para cada um dos programas. Os recursos destinados à compra de certificados de recebíveis, continuam sendo de R$ 2,5 bilhões e o programa Pró-Cotista, que beneficia com juros menores os trabalhadores com conta vinculada que desejam adquirir a casa própria, também continua contando com R$ 1 bilhão.
Os conselheiros aprovaram ainda o relatório de gestão do Fundo referente à prestação de contas do exercício 2011. De acordo com o relatório, aprovado pela auditoria externa e ratificado pelos conselheiros, o FGTS investiu, no ano passado, R$ 42 bilhões em habitação popular, R$ 4,8 bilhões em saneamento básico e outros R$ 4 bilhões em infraestrutura urbana.
O documento a Caixa ressaltou o papel do Fundo na redução do déficit habitacional, especialmente para a população de baixa renda, beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida. A área de habitação popular recebeu 87% dos recursos do Fundo, o que permitiu a construção de moradias para 490 mil famílias, além da geração de cerca de 2 milhões de empregos na cadeia da construção civil. Em 2011 o FGTS destinou R$ 5,4 bilhões para subsídios.
Crédito é restrito, critica entidade
A linha de financiamento Cred Móveis, anunciada em abril pela Caixa Econômica Federal, está longe de decolar. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Mobiliário (Abimóvel), o programa financiou R$ 1,5 milhão entre junho e julho, ou 0,075% dos R$2 bilhões que a linha dispõe até 2014 para participantes do Minha Casa, Minha Vida. Quem financia o imóvel pelo programa do governo federal pode tomar crédito para comprar móveis com juros de 1% a 2% ao mês, a depender da faixa de renda, com prazo de até 48 meses.
A principal função do Cred Móveis é atender à demanda da classe C que forma o público do Minha Casa, Minha Vida, e, ao mesmo tempo, é uma linha que pode ajudar a impulsionar as vendas da indústria moveleira. Essa parcela da população é responsável por 30% das compras de móveis no Brasil, de acordo com Ivo Cansan, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs).
Fonte: Jornal do Commercio