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Materiais de construção seguem na mesma toada

Texto: Redação AECweb

Índice Nacional da Construção Civil (INCC) registra elevação acentuada em relação ao ano passado

28 de maio de 2010 - Utilizado para reajustar o preço dos imóveis, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) também deve deixar o consumidor alerta. Somente nos cinco primeiros meses deste ano, o índice, composto por variações em materiais, serviços e mão de obra, já acumula alta de 3,46% contra 0,46% de elevação em igual período de 2009. O resultado já é superior ao registrado em todo o ano passado, quanto o INCC-M (calculado entre os dias 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência) fechou em 3,2%.

Segundo Ana Castelo, coordenadora de projetos da Fundação Getulio Vargas (FGV) o índice registra elevação acentuada, puxada principalmente pela cesta de material que, no ano passado, apresentou queda e agora já acumula um aumento de 2,34%. "É um cenário bem distinto do que tínhamos anteriormente. Ano passado houve a queda das commodities e redução do IPI, que só é sentida uma vez e agora não reflete mais nos resultados", avalia.

O mesmo ocorre com o INCC-DI. Segundo perspectivas de mercado da consultoria LCA, o índice deve fechar o ano com alta de 8,63%, ante os 3,25% de 2009. "Prevemos que material e serviços suba 9,38% e os gastos com mão de obra fique em 7,77%, praticamente o mesmo resultado do ano passado, quando fechou em 7,74%", avalia o economista da LCA, Fábio Romão. Ao contrário da deflação de 0,54% apresentada pelos materiais no ano passado, este ano o item terá peso superior ao dos salários dos trabalhadores. "Os preços estão sendo recompostos", observa Romão.

Para o próximo ano, o INCC-DI deve dar uma desacelerada, e fechar a 7%. "Como o reajuste do salário mínimo está relacionado ao PIB dos dois anos anteriores, para o próximo ano a elevação estará associada ao Produto Interno Bruto de 2009, que ficou estagnado. Portanto, nossa previsão é de que o mínimo suba de R$ 510 para R$ 540", prevê.

O Custo Unitário Básico de Construção, também reflete a alta dos materiais de construção com alta de 0,27% em abril em relação a março. Dos quatro grupos componentes do indicador, o material aumentou 0,55%. %u201CSomente a brita teve um aumento real de 11,41%, o que é preocupante%u201D, afirma Daniel Furletti, coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Mas, para ele, a tendência é de melhoria. "Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção (Abramat), o nível de capacidade instalada das indústrias do setor está alta, em torno de 87%. Mas 70% dos empresários têm intenção de investir, o que vai amenizar a situação atual", explica.

Fonte: Estado de Minas - MG

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