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Mecânica 2014: uma ilha em meio a um mercado adverso

Texto: Redação PE

Com o mercado brasileiro de máquinas e equipamentos em baixa, muitos expositores temiam que a 30ª Feira Internacional da Mecânica, realizada de 20 a 24 de maio, em São Paulo, se transformasse num grande fracasso, com corredores e estandes vazios. Nesse sentido o evento surpreendeu: um bom número de visitantes qualificados compareceu ao Anhembi nos cinco dias de feira, demonstrando interesse nos produtos e tecnologias expostos. O volume de negócios não chegou a superar eventos anteriores, mas ficou acima das expectativas de bom número de expositores.

“Aqui, estamos em uma ilha. Lá fora o mercado está horrível”, comentou um expositor, referindo às incertezas econômicas e políticas que estão travando os negócios desde o início do ano. Já os mais otimistas, aqueles que esperavam que a feira pudesse representar uma virada ou ser um ponto de inflexão da tendência, esses podem ter se frustrado.

“O Brasil é um país surpreendente”, observou Alfredo Ferrari, diretor de Vendas da Ergomat. “Em face à situação do mercado esta feira surpreende pelo nível e quantidade de visitantes” acrescentou, destacando que o público “compareceu, com interesse, trazendo projetos e necessidades”, possibilitando à empresa a realização de negócios 30% acima da expectativa.

Tadeu Evangelista, diretor Comercial da Haas Brasil, disse que apesar das muitas dúvidas e incertezas que cercam o mercado brasileiro, os clientes estiveram no Anhembi para ver as novidades e também para concluir negociações iniciadas anteriormente. “Estamos perto de bater nossa meta para este evento”, disse, lembrando que a promoção criada para o evento – vendas em 36 x sem juros - contribuiu para o fechamento de negócios.

“Apesar das incertezas, as consultas estão acima do esperado”, disse Cleber Dalosto, supervisor de Vendas da Kone. “Na minha opinião, em termos de movimento, este evento está muito parecido com a feira do ano passado”.

Paulo Lerner, diretor do Grupo Bener, lembrou que nas últimas três semanas o mercado de máquinas esteve parado, talvez até esperando melhores oportunidades de negócios que costumam ser apresentadas na feira. “A visitação estava bem focada e o volume de negócios superou nossas expectativas, principalmente na linha de centros de usinagem de baixo custo”, informou. Já na linha high tech, se não foram concretizadas muitas vendas, foram discutidos muitos projetos com bom potencial para se transformar em negócios no médio prazo.

Segundo Roberto de Mello, diretor da Mello Máquinas, o movimento da feira era um reflexo da realidade macroeconômica recente. “Nossa avaliação era de que esta seria uma feira de poucos negócios. O interesse permanece grande e real, mas os negócios estão sendo postergados, à espera de passar as incertezas políticas e econômicas”, disse.

“O mercado está em compasso de espera. Existe interesse, mas os empresários estão receosos”, observou Luciano Chiquette, diretor da Innovate Technologies, que distribui as marcas Hartford e Takisawa. Apesar de ter iniciado número razoável de futuros negócios no Anhembi, o diretor considera que durante o evento o ambiente se manteve pouco propício à realização de negócios. Porém, em sua opinião, “ao primeiro sinal positivo na área da economia, as empresas vão voltar a investir”.

“O nível de consultas e projetos é bastante significativo”, declarou Mohseen Hatia, diretor da Okuma Latino America. No entanto, um maior volume de negócios só deve ocorrer a partir do segundo semestre. “No nosso principal mercado, o automotivo, muitos de nossos clientes ainda estão com volumes reduzidos de produção”, comentou, acrescentando que em outros segmentos como na área médico-odontológica, de energia e agrícola se registra um pequeno crescimento.

Para Ennio Crispino, diretor da Doosan, o nível de visitação e consultas na feira foi acima do esperado. “Já o volume de negócios ficou dentro do esperado, porque não se esperava muito. Existe interesse, mas, diante das incertezas, nota-se uma falta de ânimo para colocar em prática os projetos de investimento”.

Na opinião de Alex Fernando Robi, gerente de Vendas da Cosa, a feira refletiu e ratificou o que está acontecendo no mercado. “Os clientes têm projetos, têm interesse, mas estão aguardando”, disse. “O movimento foi bom, mas com este cenário os negócios ficaram cerca de 30% abaixo da Mecânica anterior”.

De acordo com Hermes Lago, diretor da Romi, a companhia chegou à feira com baixa expectativa de negócios. “A feira teve boa movimentação, mas os negócios ficaram bem abaixo desse movimento. E a característica da Feira da Mecânica é a de ser uma feira de negócios, e não puramente institucional”. Em sua avaliação uma conjunção de fatores combinados instalaram no mercado o vírus da incerteza. “Hoje, mesmo os setores que têm demanda estão postergando o fechamento de negócios”, disse, frisando que nos últimos meses têm predominado os negócios de reposição de equipamentos e não para expansão de capacidade.

“O mercado está em stand by”, frisou Carlos Ibrahim, diretor da Makino do Brasil. “Existem projetos, mas também existem muitas incertezas”. Com o bom público que visitou o Anhembi, Ibrahim considerou a feira positiva para os propósitos atuais da Makino, que são os de fortalecer a marca e torná-la mais conhecida no mercado brasileiro.

Fonte: divulgação

 

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