Mercado melhora e 27% dos paulistanos tentam comprar imóvel
Pesquisa aponta que 580 mil famílias da Grande São Paulo estão dispostas a comprar uma casa ou um apartamento
09 de dezembro de 2009 - Levantamento divulgado ontem pelo Ibope Inteligência e pesquisa feita pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis mostram que o setor imobiliário vive uma fase próspera.
Ao todo, 27% das famílias paulistanas estão neste momento em busca de um imóvel para comprar, segundo o estudo do Ibope. Equivale a dizer que 580 mil famílias da Grande São Paulo estão dispostas a comprar uma casa ou um apartamento.
Como a pesquisa ganhou nova metodologia neste ano, não é possível comparar com os dados de 2008. Mas Antônio Carlos Ruótolo, diretor de geonegócios do Ibope Inteligência, responsável pelos dados, é categórico: "O mercado está mais ativo, não há dúvida. Há mais gente procurando imóvel agora do que no ano passado".
De acordo com os dados, 55% do universo de futuros compradores de um imóvel gostariam de se mudar para uma casa e 39% se interessam por um apartamento. Outros 6% não sabem que tipo de habitação procuram. Quase a totalidade, 91%, quer um imóvel pronto, usado ou recém-construído. Apenas 9% pretendem fazer a aquisição ainda na planta.
Segundo o levantamento do Ibope, 40% das famílias de São Paulo moram em imóveis alugados e outros 12% dividem o imóvel com os pais ou parentes. O tipo de imóvel mais procurado em São Paulo é o de dois dormitórios, com dois banheiros (com 61%) e uma vaga na garagem (com 47%).
A pesquisa também foi feita na Grande Rio, onde 22% das famílias das classes A, B e C disseram estar interessadas em adquirir um imóvel. Ao todo, 60% dos entrevistados buscam um imóvel de dois dormitórios - mais do que em São Paulo.
Para Ruótolo, se o ano termina com a volta por cima do mercado imobiliário, 2010 deve ser ainda melhor. "Trabalhamos com a expectativa de crescimento econômico, com uma demanda ainda muito reprimida e com geração de emprego, o que nos leva a acreditar que o ano que vem vai superar 2009", avalia o executivo.
Imóveis mais caros
Como é de costume nas regras do capitalismo, quando a oferta diminui e a procura aumenta, a tendência é que os preços se elevem. É o que se vê hoje no mercado imobiliário.
Um especialista do setor, que prefere o anonimato, diz que as construtoras e incorporadoras adiaram muitos lançamentos neste ano porque não sabiam como o mercado e a economia do País se comportariam. Em 2011, continua ela, é provável que a oferta de imóveis aumente.
O que acontece agora é que estão sendo vendidos os imóveis que já haviam sido lançados, ou seja, em estoque, porque não há muitos lançamentos. "Talvez os preços levem um ano e meio para cair (se é que vão cair) até que haja uma retomada completa no ritmo de lançamentos", diz a fonte.
Eduardo Zaidan, diretor econômico do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), acredita que os imóveis de dois dormitórios têm sofrido mais a pressão de preços, porque a oferta é pequena em relação à demanda. "O mercado só atendia a faixas mais altas de renda", explica. Mas, com a adequação a esse público, a oferta deve aumentar e os preços tendem a se normalizar.
Fonte: O Estado de S. Paulo