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Metalúrgicos injetam R$ 2 bi na economia

Texto: Redação PE

R$ 2,393 bilhões na economia do Paraná nos últimos quatro anos. O valor considera a massa salarial e os benefícios como Participação nos Lucros e Resultados (PLR), abono e vale-mercado. O levantamento foi realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).

Segundo o economista do Dieese Sandro Silva, o montante de R$ 2,3 bilhões é expressivo e mostra a importância destes trabalhadores para a economia do Estado. No entanto, ele destacou que, em 2010, o ganho real dos metalúrgicos era maior (4,37%). Em 2011, caiu para 3,14%, em 2012 foi de 2,35% e, no ano passado, fechou em 2,76%. De acordo com ele, as empresas tornaram-se mais resistentes a conceder reajustes maiores.

A partir de 2011, as montadoras também começaram a fechar acordos salariais para mais de um ano, com exceção da Volvo, que negocia o acordo anualmente com os trabalhadores. A fábrica da Volkswagen, localizada em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, tem um acordo fechado com os funcionários em 2012, que se estende até este ano. A Renault, que fica no mesmo município, firmou o acordo de reajuste de 2011 a 2013. Neste ano, esta montadora terá que negociar novamente com os trabalhadores.

Silva destacou que, ao longo dos últimos quatro anos, houve um avanço maior nos benefícios como PLR, abono e vale-mercado. No entanto, ele considera que seria mais importante ter melhorias no salário e no plano de carreira, uma vez que os benefícios não são considerados para a aposentadoria do trabalhador.

Outro problema apontado pelo economista é a alta rotatividade no setor, dependendo da conjuntura de mercado. Ele lembrou que o setor automotivo é um dos que mais se beneficiam com desonerações de impostos e financiamentos e não se compromete a não demitir. "A rotatividade é ruim para a economia como um todo e para o trabalhador", comentou.

Só nesta semana, a Volkswagen anunciou um layoff (suspensão de contratos de trabalho) para até 300 trabalhadores que podem ser demitidos ao final de um período de três meses. Na CaseNew Holland (CNH), 450 funcionários temporários foram demitidos.

"Avançamos bastante nos últimos quatro anos, mas precisamos avançar mais", destacou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka. Segundo ele, a média salarial da categoria em outros estados ainda é maior que no Paraná. "As empresas têm que garantir o nível de emprego", reforçou.

Segundo ele, só em 2013, a Volkswagen demitiu 200 funcionários, a Renault 535, a Volvo 114 e a CNH 340. Butka prevê que neste ano o mercado automotivo permaneça estagnado e ainda tenha a forte concorrência com a presença de mais de 20 montadoras no Brasil. Ele acredita que neste ano também ocorra adequação do número de trabalhadores por parte das empresas que têm fábricas no Estado.

Para ele, a Volkswagen já estaria no limite mínimo de trabalhadores. Butka acredita que a Renault vai ter que apostar no mercado nacional e em novos produtos. Já a Volvo vive um bom momento com o desempenho da agricultura e com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele prevê que a Volvo mantenha os mesmos moldes do acordo de 2013 e que ocorram um pouco mais de dificuldades em relação à Renault. A previsão dele é que as negociações salariais com estas duas montadoras sejam fechadas em março.

Fonte: Folha web - - ECONOMIA
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