Minha Casa, Minha Vida ajuda o setor imobiliário
Programa Habitacional, lançado há quatro meses, começa a impulsionar o mercado
24 de agosto de 2009 - O programa "Minha Casa, Minha Vida", que visa facilitar a construção e o financiamento de moradias para famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 4.650), saiu do papel há apenas quatro meses e já traz bons resultados para o setor imobiliário.
Segundo a construtora e incorporadora Rossi, o programa fez com que as vendas no segmento econômico, em unidades, crescessem 143% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Com boas expectativas, a empresa aumentou a exposição a este segmento para 52% do total de lançamentos e, somente no mês de julho, lançou 2.595 imóveis em linha com o programa.
“A Rossi espera atingir a meta de 13 a 15 mil unidades vendidas até dezembro deste ano, sendo que 30% delas no Rio de Janeiro. E até o final do programa a estimativa é que sejam lançadas até 80 mil unidades”, conta o diretor regional Rio de Janeiro da Rossi, Marco Adnet, que recentemente foi eleito vice-presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-RJ).
O primeiro empreendimento da Rossi dessa nova linha é o Rossi Ideal Vila Brasil, que foi lançado em maio e já vendeu quase todas as 192 unidades. O terreno, de 7 mil metros quadrados, fica em Benfica e é dividido em 12 blocos.
Condições
O "Minha Casa, Minha Vida" oferece a oportunidade de compradores levarem um imóvel com parcela mínima de R$ 50 e valor máximo a ser financiado de R$ 130 mil, além de outros benefícios como pagamento da primeira prestação somente na entrega do imóvel, fundo garantidor que reduz o risco do financiamento, barateamento do seguro, dentre outros.
A Construtora InPar, há mais de 10 anos no segmento econômico, está investindo em projetos da sua marca Viver, que comercializa imóveis que vão de R$ 75 mil a R$ 130 mil.
De acordo com a empresa, três empreendimentos tiveram estoques zerados depois de se conveniarem ao programa. O Viver Bosque São José dos Pinhais, no Paraná, e o Viver Ananindeua, no Pará, tiveram a primeira fase de lançamento totalmente comercializada em três meses.
A expectativa é que a segunda fase se esgote nas próximas semanas. Já o Viver Castanheira, também no Pará, liquidou suas últimas unidades disponíveis.
“Entre 2009 e 2010, serão investidos cerca de R$ 1,4 bilhões em empreendimentos econômicos e super-econômicos, sendo que 50% desse montante estará enquadrado ao programa”, disse o diretor da Incorporação da construtora Enzo Riccetti.
Este mês, a Caixa Econômica Federal bateu recorde de contratação habitacional e superou todo o volume emprestado em 2008. De acordo com o banco, a procura para aderir ao programa está muito alta. Desde o seu lançamento, foram enviadas 1.312 propostas, o que corresponde a 255 mil moradias.
A instituição contratou até agora 204 empreendimentos, que beneficiarão 32.207 famílias em todo país. Do total de propostas recebidas, 494 já estão com a análise concluída e representa 90 mil unidades.
“No começo desse ano, a média de contratação era de R$ 93 milhões por dia útil, o que representava 2.096 contratos. Em agosto, chegamos a R$ 223 milhões ao dia, com 3.289 contratos”, informou o vice-presidente de governo do banco, Jorge Hereda.
Até o fim do ano, a Caixa espera emprestar mais de R$ 39 bilhões, superando todas as expectativas do setor no início de 2009.
Para o diretor de incorporação da MDL Realty, Ricardo Freitas, o programa devolveu a confiança dos consumidores. “O Minha Casa, Minha Vida sem dúvida impulsionou o mercado. Os subsídios em dinheiro, as regras de seguro desemprego e todos os benefícios do pacote deixaram os consumidores mais a vontade para comprar seus imóveis”, afirmou Freitas.
Além dos empreendimentos atrelados ao programa em Nova Iguaçu e em Duque de Caxias, a MDL Realty pretende lançar ainda mais três projetos até o fim de 2009 em São Cristóvão e Jacarepaguá, que somarão cerca de 2.660 unidades e valor geral de vendas de R$ 310 milhões.
Fonte: Jornal do Brasil