Minha Casa Minha Vida inflaciona mercado e zera estoque de materiais
Vendas em junho caíram cerca de 10% em relação aos meses anteriores
14 de julho de 2011 - Aquecimento no setor da construção civil não causa dificuldade apenas para encontrar mão-de-obra. Alguns itens básicos já estão em falta no mercado e a tendência é de que a situação piore com o início da segunda fase do programa Minha Casa Minha Vida, que tende também a inflacionar o mercado.
De acordo com empresário do segmento, Getúlio Bispo da Silva, as vendas em junho caíram cerca de 10% em relação aos meses anteriores, mas o pior problema que vem enfrentando é a falta de materiais como tijolo, areia e ferragens. "Hoje vendi três mil tijolos e ao ligar no fornecedor fui informado que só entregarão o pedido daqui a 10 dias". Para ele, a queda nas vendas se dá pela falta de materiais de construção, o que acarreta também o aumento nos preços dos produtos. "Sem contar a dificuldade em contratação de mão-de-obra", completa.
Por outro lado, gerente de loja de material de construção, Josino de Paulo Neto, ressalta que em junho houve um incremento nas vendas em relação aos últimos meses. O percentual verificado é de 15% a 20% a mais. Entre os produtos com mais saída, estão os de acabamento, entre eles pisos e louças. Porém, acredita que a procura poderia estar melhor, mas a burocracia para conseguir o financiamento junto à Caixa Econômica Federal para construir ou terminar a casa tem dificultado o crescimento das vendas.
A segunda etapa do programa habitacional do Governo para a população de baixa renda, chamado de Minha Casa Minha Vida 2, contará com investimentos de R$ 125,7 bilhões até 2014. Deste valor total, R$ 72,6 bilhões representam subsídios para a aquisição das moradias pela população de baixa renda, enquanto que outros R$ 53,1 bilhões referem-se aos financiamentos. A meta é contratar, num período de quatro anos, dois milhões de unidades habitacionais.
Fonte: Jornal da Manhã - MG