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Momento é para compra de imóveis

Texto: Redação AECweb

Segundo especialistas, facilidades de financiamento aproximam o sonho da casa própria

12 de maio de 2009 - Diante do cenário de queda do Índice Geral de Preços e Mercado (IGP-M), que caiu 1,58% no acumulado deste ano e 0,52% nos primeiros 10 dias de maio, segundo relatório da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado ontem, surge a dúvida do que vale mais a pena no atual quadro econômico brasileiro: comprar ou alugar imóveis?

Para os especialistas ouvidos pelo Jornal do Brasil , o momento é de aquisição. É a grande chance de tornar o sonho da casa própria realidade. O professor de Finanças do Ibmec-RJ, Gilberto Braga, explica que os incentivos do governo na construção civil, como redução dos impostos de material de obras e o programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida" – que prevê a construção de 1 milhão de casas – tornam os custos de aquisição de imóveis menores.

“A ampliação do crédito no segmento gera mais concorrência entre os bancos, que mantêm as taxas de juros mais perto da realidade do brasileiro”, disse.

O professor ainda destacou que, mesmo que a parcela do financiamento seja mais cara do que o aluguel, a primeira tem a vantagem de carregar o ideal da casa própria. “As pessoas têm a ideia que de que o aluguel é um investimento sem retorno, enquanto o financiamento paga o bem próprio”, ressaltou Braga.

De acordo com o diretor de Planejamento e Administração do grupo de imóveis Brasil Brokers, Josué Madeira, as vantagens para a compra começaram no ano passado, antes mesmo do estouro da crise financeira internacional.

“As taxas de financiamento dos bancos já estavam boas. Com o colapso econômico, a tendência era de aumento, mas o governo e as instituições financeiras mantiveram os juros” disse Madeira.

Até abril deste ano, a Caixa Econômica Federal (CEF) somou R$ 10 bilhões em operações de financiamento, valor 114% maior que o registrado no mesmo período de 2008, de R$ 4,8 bilhões. Segundo a superintendente regional da Caixa no Rio de Janeiro, Nelma Tavares, o volume é maior até do que o alcançado no acumulado de 2005, quando foram negociados R$ 8,9 bilhões.

“O recorde é o resultado das ações do governo, que quer manter a economia aquecida através do setor de construção civil. As condições de financiamento, não só na Caixa, estão muito favoráveis”,  disse Nelma, que ressaltou que a CEF detém 66% do mercado desse tipo de operação.

Mas há quem defenda que, na ponta do lápis, o melhor ainda é alugar. O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis do Rio de Janeiro (Secovi-Rio), Manoel Maia, explica que a locação de um imóvel modesto permite economia para uma boa entrada e pagar um financiamento com taxas de juros menores. “Do ponto de vista estritamente financeiro, o aluguel custa menos do que um financiamento”,  disse.

Para o gerente geral de imóveis da empresa de gestão condominial e negócios imobiliários Apsa, Rogério Quintanilha, é necessário diferenciar a questão financeira do fator estilo de vida. Segundo o especialista, a locação tem a vantagem de possibilitar a mobilidade do morador, que pode usar os recursos que investiria na compra de um imóvel em viagens, por exemplo.

“O mito de que alugar uma casa é "rasgar dinheiro" é exagerado, uma vez que a pessoa que aluga está, sim, usufruindo os benefícios do imóvel”,  destacou.

Roberto Francelino, de 30 anos, acabou de comprar a sua primeira casa. O valor do imóvel, na Tijuca, foi de R$ 180 mil. Desse total, R$ 126 mil foram financiados pela Caixa. Roberto deu uma entrada de R$ 54 mil, sendo R$ 30 mil de recursos próprios e R$ 24 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “O financiamento é de 20 anos, mas é melhor do que viver toda uma vida de aluguel”, disse.

Fonte: JB Online – RJ
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