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Moradia popular alavanca construção

Texto: Redação AECweb

Programa federal de financiamento de casa para baixa renda cria ambiente para investimentos em imóveis mais caros

04 de agosto de 2009 - A indústria da construção civil aproveita o cenário de confiança que contamina positivamente o mercado imobiliário para impulsionar projetos habitacionais de padrão médio e médio alto.

O impulso favorável para o segmento de moradias mais sofisticadas avança graças à repercussão do programa Minha Casa, Minha Vida, voltado para financiamento habitacional de até R$ 130 mil.

O diretor executivo e economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi) e titular pela Confederação Nacional do Comércio no Conselho Curador do FGTS, Celso Petrucci, diz que os dois meses de exposição do programa do governo federal causaram reflexo em todos os segmentos de consumo de imóveis.

Segundo ele, o programa alavancou o público-alvo do programa Minha Casa, Minha Vida, que é o de baixa renda, mas também impulsionou os negócios na faixa de consumo médio e o médio alto.

Ele destaca ainda que a taxa Selic em patamares mais baixos propiciou o retorno de um outro tipo de comprador: aquele que adquire imóvel como investimento ou para locação, com a perpectiva de proteger financeiramente o capital.

O presidente do Secovi de São Paulo, João Crestana, destaca que o programa do governo federal para habitação trará soluções integradas, deslanchando o mercado da construção civil. Crestana atribuiu o momento positivo a um conjunto de fatores em torno do Minha Casa, Minha Vida, programa iniciado em 13 de março último.

Ele elenca o subsídio para famílias de três a 10 salários mínimos, o acesso ao financiamento, prazo maior, juro barato, seguro quase zero, queda nas despesas com cartório e fundo garantidor.

O programa vislumbra um mercado de 32 milhões de pessoas em todo Brasil necessitando de mais de 8 milhões de moradias e com a perspectiva de 15 anos para atender a demanda por imóveis.

Para Crestana, o acesso à casa própria por famílias de baixa renda também ganhou outra perspectiva como política de Estado. "É um novo tempo. É uma nova era porque a sociedade assumiu essa prioridade (moradia) e não um governo de plantão. Essa sociedade vai cobrar do presidente de hoje e do presidente ou da presidenta de amanhã a manutenção do programa", avalia Crestana.

Para reforçar seu otimismo, o presidente do Secovi-SP exemplifica que, atualmente, uma família com renda mensal de até R$ 1.800,00 tem acesso a um apartamento na faixa de preço de R$ 83 mil a R$ 85 mil na cidade de São Paulo. De acordo com Crestana, antes do Minha Casa, Minha Vida, imóvel na faixa de preço só era acessível a famílias com ganhos mensais de no mínimo R$ 3.600,00.

Ele entende que essa dinâmica de investimentos imobiliários só se sustentará com garantia de recursos, não apenas do Orçamento Geral da União, do FGTS e da Poupança.

Crestana frisa que é preciso mobilizar dinheiro de fundos de investimento que estão com uma liquidez muito grande, não só no Brasil mas também no Exterior. Crestana, Petruci e o advogado Marcelo Terra, integrante do Conselho Jurídico do Secovi-SP, compartilharam seus conhecimentos com profissionais do setor de Bauru e região no Encontro do Mercado Imobiliário, promovido ontem à noite na cidade. Crestana discutiu com a platéia bauruense as possibilidades do mercado imobiliário.

Petruci abordou a questão do financiamento imobiliário. Terra discutiu o tratamento jurídico específico a empreendimentos de casas, que diferem dos condomínios verticais.

Ele comentou da necessidade do planejamento jurídico da implantação de um condomínio, o relacionamento da incorporadora com compradores e dos próprios moradores quando dos imóveis ocupados.

Responsabilidade
O presidente do Secovi de São Paulo, João Crestana, cita a importância do emprego de tecnologia e o cuidado com os projetos urbanísticos. "Não adianta fazer um conjunto habitacional na periferia da cidade em que todo mundo vai se empilhar lá dentro e vai ter uma péssima qualidade de vida", frisa.

Crestana destaca que movimentos populares cobram de entidades e agentes do setor da construção responsabilidade nos empreendimentos. Ao citar a necessidade de infra-estrutura correta, o presidente do Secovi defende que o melhor transporte público não é o metrô ou o ônibus. Ele entende que o planejamento das comunidades urbanas deva aproximar o morador do local de trabalho.

Fonte: Jornal da Cidade - SP

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