MRV planeja crescer 20% no ano com vendas entre R$ 4,3 e R$ 4,7 bi
Menin, presidente da MRV, diz que não há problemas com mão de obra: "É tudo uma questão de qualificação"
16 de fevereiro de 2011 - A MRV continua otimista com o mercado imobiliário de baixa renda. A empresa mineira pretende vender este ano entre R$ 4,3 e R$ 4,7 bilhões. Se for cumprido, o ponto médio da previsão, R$ 4,5 bilhões, representa um crescimento de 20% sobre as vendas de 2010, que somaram R$ 3,75 bilhões.
Para Rubens Menin, presidente da companhia, a combinação entre aumento da renda, crédito farto e demanda reprimida possibilita um crescimento importante sobre uma base já elevada de vendas. "O mercado está muito forte", afirma. Indagado sobre a desaceleração das vendas a partir do fim do ano passado, Menin ressalva: "Para nós, continua muito bom."
Em 2010, a previsão de vendas da MRV oscilava entre R$ 3,7 e R$ 4,3 bilhões. A companhia fechou o ano dentro do projetado, embora na faixa inferior. Caso isso se repita este ano, a MRV terá crescimento de 14,6%. Por outro lado, se atingir o topo da previsão, poderá fechar com expansão de 25,3%.
Como a maior empresa de construção popular do Brasil e uma das três maiores do setor, Menin tornou-se uma espécie de "embaixador" do Minha Casa, Minha Vida. Em 2010, cerca de 85% das vendas da companhia aconteceram dentro do programa e, este ano, a previsão é que os imóveis enquadrados no programa representem entre 85% e 90% das vendas.
O governo aumentou o teto do programa - uma reivindicação do setor - de R$ 130 mil para R$ 170 mil, mas não houve um aumento proporcional da renda do comprador o que significa dizer que o benefício é limitado em São Paulo, Rio Brasília e cidades com mais de 1 milhão de habitantes. No entanto, nas cidades entre 50 mil e 250 mil habitantes e de 250 mil a 1 milhão de habitantes, há, de fato, um ganho. "Na grande maioria do Brasil, o problema está resolvido."
A MRV também divulgou a projeção de margem lajida, entre 25% e 28%, a mesma prevista para 2010 - os números fechados do ano ainda não foram divulgados. "Não vamos perder a qualidade da operação", diz. O empresário destoa do setor quando diz que não existe problema de mão de obra: "É tudo uma questão de qualificação." Menin também ressalta que não existe gargalo no fornecimento de insumos. As ações da companhia, este ano, estão reagindo pior que o setor. Até ontem, recuaram 12,75%. Já o IMOB cai 10,14%.
Fonte: Valor Econômico - SP