Preconceito limita a atuação das mulheres na construção, mostra pesquisa
Levantamento realizado pelo Portal AECweb e pelo Sienge Comunidade aponta que ainda existem grandes obstáculos para um mercado mais igualitário
30/04/2024 | 15:20 — O preconceito é apontado como principal fator limitante para a atuação feminina no setor da construção civil. A conclusão faz parte da pesquisa “Mulheres na Construção Civil: evolução e protagonismo”, realizada pelo Portal AECweb e pelo Sienge Comunidade em conjunto com o Ecossistema Tecnológico da Softplan para a Indústria da Construção. Segundo o levantamento, esse tipo de discriminação foi indicado por 77% dos entrevistados como o grande obstáculo.
Os respondentes destacaram como outros pontos de atenção o ambiente machista, as poucas lideranças femininas e o networking dominado por homens. O trabalho mostra, ainda, que um mercado mais atraente e inclusivo para as mulheres passa pela equidade salarial, um número maior de posições de liderança e vagas de trabalho, além de total apoio à licença-maternidade.
O público também foi perguntado sobre as características inatas e diferenciais femininos para a atuação na construção civil. As respostas mais comuns foram: capricho e atenção aos detalhes, capacidade de organização, comprometimento com a qualidade e a execução de multitarefas.
Além disso, 53% dos participantes afirmaram acreditar que existem oportunidades no mercado para mulheres em todas as posições e cargos disponíveis. E mais: 73% ressaltaram que essas profissionais estão conquistando mais espaços nas posições de liderança da construção civil.
Os dados obtidos pela pesquisa “Mulheres na Construção Civil: evolução e protagonismo” renderam a produção de um E-book sobre o assunto. Faça o download do material aqui.
Metodologia
Realizado entre 20 de fevereiro e 06 de março de 2024, o trabalho coletou 619 respostas. A maior parte dessa amostragem foi composta por profissionais em posição de coordenador ou gerente, seguido de sócios-proprietários. O levantamento foi respondido, em sua maioria, por mulheres (68%), brancas (67%), que exercem as funções de arquitetas ou engenheiras (58%).
A pesquisa adotou uma abordagem simplificada, com dados não estratificados. Foi utilizado para o cálculo amostral o número de funcionários segundo dados do IBGE (2021). A ideia é que esse levantamento sirva como ponto de partida para futuras investigações mais aprofundadas.