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Municípios afetados pela chuva terão obras no valor de R$ 850 milhões

Texto: Redação AECweb

Entre os que vão receber os projetos estão cidades do norte e noroeste fluminense

10 de janeiro de 2012 - A Secretaria Estadual do Ambiente apresentou na última segunda-feira (9) três projetos pré-aprovados em uma reunião com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezzera, na quinta-feira (5). Ao todo, as obras vão custar R$ 850 milhões. As intervenções estão sendo programadas para os municípios de Laje do Muriaé, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, no noroeste fluminense; Campos dos Goytacazes, no norte do Estado; e São Gonçalo, na região metropolitana.

Somente após os problemas ocasionados pelas chuvas de janeiro deste ano, a secretaria negociou verba para os projetos contra enchentes nestes municípios. Mas os projetos não significam que os moradores já poderão respirar aliviados no próximo período de chuvas. O próprio secretário do Ambiente, Carlos Minc, admite que o resultado vai demorar para aparecer.

- São obras estruturantes. Nada estrutural é rápido, nem barato. No curto prazo, nós temos o projeto “Limpa Rio”. Só da região Serrana nós tiramos 600 m³ de sedimentos. Temos ainda o sistema de alerta de cheias, que passou de 12 para 62 estações, tanto em Nova Friburgo, quanto no rio Muriaé. Ainda temos o recurso que o Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental), que nós liberamos para que o DRM (Departamento de Recursos Minerais) fizesse o mapeamento dos locais de risco.

O primeiro projeto inclui a construção de desvios de águas de enchentes do rio Muriaé. Esses canais vão ser construídos nos municípios de Laje do Muriaé, Itaperuna e Italva, antes da passagem pelas áreas ocupadas nas proximidades dos cursos d’água.O secretário Carlos Minc ressaltou que não se trata do desvio dos rios, mas apenas do excesso de água que provoca as inundações. Cada um destes desvios vai custar cerca de R$ 45 milhões.

Já o município de Cardoso Moreira, que também é cortado pelo rio Muriaé, deve receber uma barragem, que vai custar R$ 200 milhões.

O município de Campos dos Goytacazes, que também foi afetado pelas chuvas, principalmente após o rompimento de um dique na BR-356, o que alagou o distrito de Três Vendas, também está na agenda de obras da Secretaria Estadual do Ambiente. São investidos R$ 300 milhões na recuperação dos subsistemas de canais e diques Campos-Macaé e Vigário.

Além dos projetos no norte e noroeste do Estado, o rio Alcântara que fica em São Gonçalo, na região metropolitana, também vai receber obras de dragagem, ciclovias e reflorestamento. Para isso, parte da população terá que ser removida. No entanto, o secretário Carlos Minc garante que essa remoção vai acontecer de forma consensual.

Norte e noroeste

Nove cidades do norte e noroeste do Estado do Rio de Janeiro estavam em alerta máximo para enchentes às 9h20 desta segunda-feira (9), segundo o Inea (Instituto Estadual do Ambiente).

Os níveis dos rios Muriaé, Carangola, Pomba, Itabapoana e Paraíba do Sul estavam acima do normal e colocavam em risco as cidades de Laje do Muriaé, Itaperuna, Cardoso Moreira, Italva, Porciúncula, Natividade, Santo Antônio de Pádua, Bom Jesus do Itabapoana e Campos dos Goytacazes.

Apesar de não terem sido registrados grandes volumes de chuva nas últimas 24 horas nessas cidades, também há riscos de deslizamentos de terra. Na região, o dia amanheceu nublado e há previsão de chuva moderada. As temperaturas giram em torno dos 25ºC.

Chuva expulsa 13 mil de casa

Em todo o Estado do Rio, quase 13 mil pessoas tiveram de deixar suas casas por conta da chuva que castiga as cidades do norte e noroeste, segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual no início da noite de domingo.

São, no total, 10.759 desalojados (pessoas que tiveram que sair de casa temporariamente) e 1.990 desabrigados (aqueles que perderam suas casas). Com o rompimento do dique em Cardoso Moreira na noite de domingo, esse número deve subir.

Até então, a situação era mais crítica em Itaperuna, no noroeste fluminense, onde 5.106 pessoas foram diretamente afetadas pela chuva. Além dos bairros que se recuperavam do primeiro temporal, localidades que não haviam sido atingidas sofreram com alagamentos e deslizamentos de terra.

Segundo a Defesa Civil do Estado, Itaperuna sofre com a cheia do rio Muriaé, a enxurrada dos córregos menores e cerca de 15 registros de deslizamentos de barreiras. Em Natividade, na zona rural, a localidade conhecida como Cruzeirinho, uma pessoa ficou ferida após o desabamento de uma casa. A vítima, que teve escoriações leves, foi atendida no pronto-socorro local e liberada em seguida.

Em Laje do Muriaé, houve escorregamento de barranco, durante a madrugada de sábado, em uma obra de contenção de talude localizada na entrada da cidade. Em Raposo, distrito de Itaperuna, uma pedra rolou de uma encosta. As informações são da Defesa Civil estadual.

Nessas cidades, as defesas civis municipais usam carros de som para alertar a população sobre os riscos de cheias dos rios ou deslizamentos de terra. Bombeiros foram deslocados para pontos estratégicos das cidades atingidas.

Cidades em alerta

De acordo com o coordenador de Defesa Civil no noroeste fluminense, coronel Douglas Paulich, por causa da instabilidade dos terrenos, encharcados com essa nova precipitação, as cidades de Itaperuna, Italva e Laje do Muriaé entraram em estado de alerta para deslizamentos de terra.

- A situação é mais grave nessas cidades, que é onde caiu mais chuva e há um maior acumulado. Com isso, aumentam os riscos de escorregamentos de terra.

Sete municípios decretaram situação de emergência após as enchentes provocadas pela chuva: Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, Miracema e Aperibé.

Fonte: R7

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