No Ceará, 501 obras e projetos no valor de R$ 60,7 bi
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
De 8.948 investimentos projetados para o País até 2017, apenas 40% estão em obras e 60% permanecem no papel
22 de março de 2013 - Em ritmo lento de crescimento, o Brasil conta hoje, em carteira, com 8.948 grandes obras de infraestrutura em andamento, em licitação ou em estudos potenciais de execução para os próximos cinco anos, até 2017, envolvendo recursos da ordem de R$ 1,6 trilhão, dos setores público e privado. Desse total, 3.580 obras - o equivalente a 40% - estão sendo realizadas, enquanto outras 5.368 ainda aguardam por definições políticas e equacionamentos financeiros e econômicos para sair do papel.
São obras distribuídas em 11 setores estratégicos, essenciais para dinamizar a economia e criar a ambiência necessária e assegurar as condições para o desenvolvimento sustentável do País. Nesse canteiro de obras, o Nordeste desponta com 3.373 projetos em andamento, paralisados ou anunciados, com valor de R$ 320,9 bilhões, o que representa 37,7% do total nacional das obras e 20,5% do valor.
O Ceará, especificamente, participa desse "bolo" com 501 obras e projetos, com recursos estimados em R$ 60,7 bilhões, montante equivalente a 19% do volume projetado para ser aplicado na região. Os dados são da pesquisa "Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil", encomendada pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) e divulgada ontem. No cenário exposto pelo coordenador da Pesquisa, Brian Nicholson, destacam-se no Ceará, a primeira fase da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), já com obras iniciadas no Complexo Industrial e Portuária do Pecém (Cipp), o Gasoduto Meio Norte e a Ferrovia Nova Transnordestina, cujas obras do trecho Missão Velha/Pecém ainda se arrasta m em ritmo de trem de carga.
Vale destacar, que dos R$ 60,7 bilhões em obras em andamento e previstas para o Ceará, R$ 19,740 bilhões, ou 32,5%, estão "na conta" da refinaria de Petróleo Premium II. O empreendimento foi prometido pelo ex-presidente Lula, mas o terreno, apesar de liberado pelo governo do Estado, ainda se encontra em mata virgem e as obras não têm prazo para serem iniciadas.
Também em fase de projeto, aparece em destaque a Linha Leste do Metrô de Fortaleza e a expansão do Porto do Pecém, orçado em R$ 600 milhões, mas que ainda aguarda pelo licenciamento ambiental do Ibama, para começar as obras de duplicação do terminal de múltiplo uso.
Setores
De acordo ainda com a pesquisa, o segmento de combustível e petroquímica - principalmente óleo e gás, plataformas, navios de suporte, refinarias, - concentra 45% dos investimentos em infraestrutura no País, o correspondente a R$ 720,8 bilhões. Em seguida, o setor que vem demandando maior volume de recursos é o de transporte intermunicipal e interestadual, com projeção de investimentos de R$ 297,5 bilhões, em 885 obras e projetos, até 2017. Na terceira posição do ranking dos investimentos desponta a área de energia, com 579 obras em execução e projetadas, que envolvem recursos da ordem de R$ 182,9 bilhões, no País.
Burocracia
Para Nicholson, a desaceleração da economia brasileira, - que em 2012 registrou crescimento pífio do PIB, de 0,9%, sobre o ano anterior -; falta de mão de obra especializada, subinvestimentos continuados; bem como a burocracia Estatal e a incapacidade política de fazer os projetos andarem na velocidade necessária são alguns dos fatores que explicam a lentidão no ritmo das obras. "No país inteiro há projetos pendentes, aguardando decisões", dispara Brian. Do lado externo, a retração da demanda global por commodities e o clima de insegurança internacional também prejudicam.
Fonte: Sinaenco