menu-iconPortal AECweb

No setor da construção civil leve, maiores salários caem

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Resultado foi marcado pela desaceleração do setor em 2012

04 de fevereiro de 2013 - O setor de construção civil leve fechou 2012 com estabilização nas contratações e uma remuneração variável até 30% menor do que o planejado no Brasil. A construção leve engloba todos os empreendimentos imobiliários, como casas e edifícios, obras que não são de infraestrutura.

O resultado é um reflexo da desaceleração econômica e do fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, que deve ficar em 1%, segundo o boletim Focus do Banco Central.

Essa é a conclusão do estudo realizado com 23 grandes empresas e elaborado pela consultoria internacional de negócios Hay Group.

O levantamento, obtido com exclusividade pela Folha, aponta que os engenheiros foram os principais afetados pela estagnação do ano passado no segmento e tiveram queda salarial em dois níveis de 2011 para 2012.

Entre os profissionais seniores, por exemplo, houve redução de 4,2%, com o valor do salário médio caindo de R$ 9.465 em 2011 para R$ 9.065 no ano passado.

De acordo com Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros, a queda dos salários representa a estabilização da categoria.

"O mercado ainda está bom, mas deixou de crescer e contratar como antes", avalia Pinheiro, que espera que a categoria cresça 2% em 2012, ante 3% de 2011.

O estudo mostra que a remuneração variável dos engenheiros, que inclui bônus e participação nos lucros das organizações em 2011, também deixou a desejar.

Enquanto as empresas esperavam pagar 2,6 salários-base a engenheiro sênior em remuneração variável, foi pago 1,8 salário em média.

Segundo Alexandre Pacheco, gerente do Hay Group, a redução da remuneração variável se deve à desaceleração econômica iniciada em 2011. "A PLR [participação nos lucros] é atrelada aos resultados financeiros da companhia", explica.

Perspectivas

De acordo com o SindusCon (sindicato da construção), enquanto o setor cresceu 4,8% em 2011, a estimativa para 2012 é de 4%. Para este ano, a expectativa é ainda mais baixa: 3,5%.

Último balanço do sindicato mostra que foram fechadas 42,7 mil vagas no país em novembro. "Isso reflete um cenário de retração dos investimentos. Será preciso um esforço redobrado do governo para estimular a atividade econômica em estreita articulação com a iniciativa privada", afirma Sergio Watanabe, presidente do SindusCon.

A Incorporadora Yuny não reduziu o quadro funcional de 83 pessoas em 2012, mas também não teve condições de aumentá-lo. "Não fomos prejudicados pela crise porque não temos capital aberto", afirma Louise Campolim, gerente de recursos humanos da empresa.

Recentemente promovido a diretor de incorporações da Odebrecht Realizações Imobiliárias, Elton Santi, 33, vê a construção civil e a categoria dos engenheiros com otimismo. "Não há mais aquela febre, mas o futuro é promissor porque há um deficit habitacional grande no país", diz.

Fonte: Folha de São Paulo

x
Gostou deste conteúdo? Cadastre-se para receber gratuitamente nossos boletins: