Oferta cresce e investidores escolhem entre imóveis residenciais e comerciais
Entrada das construtoras em novas áreas da cidade é um dos fatores que viabilizaram a alta demanda do mercado
29 de outubro de 2010 - Com o setor imobiliário aquecido, o mercado de compra e venda de imóveis comerciais e residenciais se torna cada vez mais atraente. A demanda, que estava reprimida há cerca de duas décadas, vem determinando o crescimento da oferta e levou a um boom de novos empreendimentos, que passaram a ser encarados como uma opção de investimento.
Essa alta demanda do mercado é produto de uma conjunção de fatores, que viabilizaram a entrada das construtoras em novas áreas da cidade ou que há anos não recebiam novos projetos. No entanto, mais do que o sonho da casa própria, os imóveis também se tornaram uma interessante alternativa para quem quer investir.
Para onde cresce a oferta
Executivos das principais construtoras que atuam no setor imobiliário do Rio de Janeiro afirmam que a demanda por imóveis não vem de uma faixa de renda específica, mas de todas as camadas sociais. A projeção realizada pela área de Inteli-gência de Mercado da RJZ Cyrela, para o mercado carioca, mostra que entre 20 e 25% das famílias deverão procurar por um novo imóvel, nos próximos 12 meses, seja para moradia ou investimento. “Vivemos um déficit habitacional, porém a segurança econômica dos últimos anos trouxe mais confiança para as pessoas comprarem o seu imóvel. Fora isso, existe um upgrade muito forte. Quem mora num apartamento de dois quartos, agora quer mudar para um de três. Outros procuram empreendimentos com mais opções de lazer”, analisa Rogério Zylberstajn, vice- presidente da RJZ Cyrela.
Para corresponder à demanda, a oferta de imóveis tem crescido cada vez mais. De acordo com o levantamento feito pela anos trouxe mais confiança para as pessoas comprarem o seu imóvel. Fora isso, existe um upgrade muito forte. Quem mora num apartamento de dois quartos, agora quer mudar para um de três. Outros procuram empreendimentos com mais opções de lazer - analisa Rogério Zylberstajn, vice- presidente da RJZ Cyrela.
Para corresponder à demanda, a oferta de imóveis tem crescido cada vez mais. De acordo com o levantamento feito pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-Rio), em 2004, os lançamentos feitos ao longo do ano somaram 6.494 unidades, entre salas comerciais e apartamentos.
A mesma pesquisa mostra que, entre janeiro e setembro, foram lançadas 10.419 unidades. Desse total, 9.336 são residenciais e 1.083 comerciais. As regiões onde mais houve lançamentos foram Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Campo Grande. “Uma das regiões de maior crescimento imobiliário nos próximos anos, seja para moradia ou comércio, será em torno da Avenida Abelardo Bueno, na Barra da Ti-juca, e a Zona Portuária”, assegura Rogério Zylberstain, vice-presidente da RJZ Cyrela.
Facilidades para construir
Segundo dirigentes das construtoras, o governo municipal desburocratizou a aprovação dos projetos. Um processo que antes levava até um ano e meio, agora se resolve em cerca de 40 dias. Além disso, a prefeitura do Rio de Janeiro, visando modernizar a estrutura urbana, avalia a implantação de Projetos de Estruturação Urbana (PEUs) em áreas, como a da Avenida Brasil para revitalizar a região e oferecer novos projetos imobiliários.
Com o dólar em baixa e como forma de diversificação dos investimentos, muitas pessoas passaram a comprar imóveis, acreditando na valorização. O bom momento que o mercado carioca vive, com elevação dos preços sendo registrada mensalmente, tem atraído quem procura segurança e rentabilidade nos investimentos. “Para quem busca segurança nos investimentos, esse tem sido um bom mercado. A rentabilidade que oferece tem se superado outras aplicações”, analisa Pedro de Seixas Corrêa, especialista em Gestão de Negócios Imobiliários da Fundação Getulio Vargas (FGV) e sócio da Seicor, empresa especializada em projetos de engenharia e arquitetura.
Quem decide investir nesse mercado, pode escolher entrar num fundo de in-vestimento imobiliário que gerencia vários imóveis. “Isso já acontece com investidores qualificados, como por exemplo, os institutos de previdência privada”, afirma Luis Fernando Pessoa, sócio-fundador da Local Invest, gestora de recursos.
Maior rentabilidade em imóveis comerciais
Os especialistas avaliam que os imóveis comerciais têm apresentado mais retorno aos investidores. “A vacância dos imóveis comerciais hoje é muito baixa, o que tem gerado uma tendência para quem está apostando nesse mercado. Futuramente se a oferta aumentar, a preferência pode voltar a ser de imóveis residenciais”, afirma Zylberstajn.
Entre as vantagens que a compra de imóveis comerciais para locação oferece estão contratos mais longos, geralmente entre 5 e 10 anos, além de melhores garantias de crédito. “O inquilino comercial dificilmente vai querer perder aquele ponto”, destaca Pessoa. “Para se ter uma idéia de como as obras que serão realizadas para os eventos es-portivos podem valorizar os imóveis, em 2007, na época da inauguração do Engenhão, construído para os Jogos Pan-Americanos, os imóveis no Engenho de Dentro teve uma valorização de 25%. Além disso, regiões que estavam menos valorizadas como Tijuca, São Cristóvão e Baixada, por exemplo, estão recebendo novos empreendimentos. Os imóveis nesses locais têm acompanhado a valorização, o que também os torna interessantes para investidores”.
No mês de outubro, de acordo com levantamento realizado pelo Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio, a maior rentabilidade do imóvel residencial ocorre em Jacarepa-guá, 0,60%. No bairro da zona oeste, o valor do metro quadrado para locação é de R$ 11,46 e o de venda, R$ 1.925. Em segundo lugar, a pesquisa mostra as unidades residenciais de Vila Isabel, com alta de 0,57% do metro quadrado para locação a R$ 15,64 e para venda a R$ 2.765.
Botafogo aparece em terceiro lugar com rentabilidade do metro quadrado em 0,55%. Em média, R$ 35,33 para locação e R$ 6.475 para venda. No Centro, a alta foi de 0,51% para cada metro quadrado, com preço médio de R$ 20,37 para locação e R$ 3.980 para compra.
Fonte: O Globo