Oferta de imóveis corporativos de alto padrão em SP cai a nível recorde
Taxa de vacância na capital de SP foi de 0,5% no 3º tri de 2011, diz estudo. Cidade permanece com a menor disponibilidade entre cidades pesquisadas.
18 de janeiro de 2012 - A disponibilidade de espaços corporativos de alto padrão na cidade de São Paulo nunca foi tão baixa, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira (17) pela consultoria Colliers International. No terceiro trimestre de 2011, a taxa de vacância (relação entre a área disponível e a área total) na capital paulista caiu pelo oitavo trimestre seguido, ao nível recorde de 0,5% – a pesquisa começou a ser feita em 2008.
Com o resultado, o mercado de São Paulo permaneceu com a menor taxa de vacância entre as 172 cidades em 56 países monitoradas pelos escritórios da consultoria no mundo. O Rio de Janeiro ficou na 11ª posição, com taxa de 4,6%.
"Esse processo vem como reflexo da crise de 2008. Alguns empreendimentos acabaram tendo o prazo de entrega postergado, o que gerou aumento na demanda por espaços corporativos (...). Muitos dos novos empreendimentos acabam sendo até pré-locados", explica Sandra Ralston, vice-presidente da Colliers International Brasil. Ser pré-locado significa que a locação é reservada antes mesmo do lançamento do empreendimento.
Preços
O preço médio pedido de locação no mercado de São Paulo no período foi de R$ 110,50 o metro quadrado, uma leve queda sobre os R$ 111,50 do 2º trimestre. De acordo com a consultoria, a alta acumulada dos preços em 2011 até o terceiro trimestre foi de 10% (líquido de efeito inflacionário).
A estimativa é que em 2011, até dezembro, o crescimento acumulado de preços em São Paulo seja de 15%. “A sinalização é que os preços pedidos nos novos empreendimentos serão de R$ 130 o metro quadrado a R$ 170 o metro quadrado”, aponta a consultoria em relatório, o que indica que os aumentos anuais dos próximos anos superarão a média dos anos anteriores.
No terceiro trimestre, o maior preço foi apontado na região da Faria Lima (R$ 200 o metro quadrado por mês) e, o menor, na Marginal Pinheiros (R$ 45 o metro quadrado por mês).
Apesar de ter a menor disponibilidade de espaços, a capital paulista não é a mais cara para a instalação de uma empresa no mundo. Entre as cidades pesquisadas, São Paulo apresenta o oitavo maior custo médio em edifícios de alto padrão, de R$ 130,79 o metro quadrado por mês (incluindo o aluguel, condomínio e IPTU).
As despesas operacionais (custos de condomínio e IPTU) tem crescido em média 7,3% ao ano desde 2005, diz a consultoria, atingindo no terceiro trimestre de 2011 o valor médio de R$ 21,7 o metro quadrado por mês.
Com isso, mercados consolidados como Sydney, na Austrália, Milão, na Itália, Vancouver, no Canadá e Zurique, na Suíça, apresentam custos de ocupação menores do que os do mercado paulista. São Paulo, contudo, possui custo de ocupação por metro superior a Nova York (R$ 101,67 o metro quadrado por mês). O mercado de Hong Kong foi o mais caro no período, a R$ 337,36 o metro quadrado por mês. O Rio de Janeiro ficou em quarto lugar, com R$ 160,10.
"No Rio tem a questão de espaço físico. Tem a orla, a área disponível e a montanha (...) Há dificuldade de encontrar áreas livres", explica Sandra.
Alphaville
A pesquisa também apontou a taxa de vacância em São Paulo mais a cidade de Alphaville, em Barueri, onde também há espaços comerciais de alto padrão.
Com a soma, a taxa de vacância junto com São Paulo ficou em 3,3% - isso porque, dos 54.733 metros quadrados disponíveis ao final do terceiro trimestre nessas regiões, a maioria, 86,3%, localizava-se, principalmente na região de Alphaville. Dos restantes, 6,4% ficava na região da Faria Lima, 3,2% na da Berrini, 1,6% no Itaim, 0,4% na região da Paulista e 2% na Vila Olímpia.
Para buscar atender a demanda, levantamento realizado pela consultoria com incorporadores aponta que serão entregues 939 mil metros quadrados no mercado de São Paulo até 2014.
Com isso, São Paulo fica na 11ª posição do ranking das cidades que mais cons¬troem edifícios de alto padrão no mundo (entre as 172 cidades em 56 países pesquisadas). O número pode ser ainda maior se parte dos 588 mil metros quadrados em fase de projeto sejam confirmados.
Este ano terá a maior quantidade de metros quadrados entregues, estima a pesquisa.
Fonte: G1