Oferta de imóveis novos em SP é a menor desde 2004
No entanto, a previsão é de que o mercado se recupere no decorrer deste semestre
17 de setembro de 2009 - Com a queda nas vendas de imóveis novos residenciais e na quantidade de lançamentos, o número de unidades em estoque na capital paulista é o menor de toda a série histórica da pesquisa do Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo, considerando a nova metodologia iniciada em 2004.
De acordo com os dados divulgados, em julho havia 12.473 imóveis em oferta, 24,1% a menos do que no mesmo mês do ano passado e 37,7% inferior à quantidade contabilizada em dezembro. Com o agravamento da crise econômica, o ritmo de venda despencou, levando as construtoras a diminuírem os lançamentos para desovar os estoques.
Em outubro de 2008, apenas 4,9% dos imóveis à venda foram comercializados, com ligeira alta em novembro (8,4%) e dezembro (7,7%). As vendas vem se recuperando e, em julho deste ano, esse índice ficou em 14,4%, um pouco acima da meta para o ano (13,1%).
"Houve empresas que decidiram dar uma parada nos projetos, suspender a negociação de terrenos", disse o presidente do Secovi-SP, João Crestana, ressaltando que a mudança de decisão do consumidor, de comprar ou esperar mais um pouco para adquirir uma moradia, é mais rápida do que dos empresários de retomar a produção.
Preços
Para ele, o estoque em um nível tão baixo não vai inflacionar o valor dos imóveis que estão no mercado. "O aumento é limitado pelos salários e estamos nos voltando agora para uma camada nova da população", afirmou, referindo-se ao público que pode ser beneficiado pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida, que atende famílias com renda mensal de até dez salários mínimos (R$ 4.650) e imóveis de até R$ 130 mil.
"Historicamente, os preços têm acompanhado a inflação, com aumento médio de dois, três, quatro pontos percentuais acima disso", completou, ressaltando que pode haver diferenças pontuais em alguns bairros onde o mercado está mais aquecido.
De acordo com a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos sobre o Patrimônio), a quantidade de lançamentos no acumulado de janeiro a julho deste ano (9.753 unidades) apresenta queda de 50,6% ante o número de moradias posta à venda em igual intervalo no ano passado. Já a venda (16.460 moradias) registra retração de 24,4% no mesmo confronto.
Na avaliação de Crestana, no entanto, o mercado deve se recuperar no decorrer deste semestre. A previsão do Secovi-SP é terminar o ano com 25 mil unidades residenciais lançadas, contra 34 mil em 2008. Para a comercialização, a projeção é vender 32 mil, alcançando o patamar do ano anterior.
Salão Imobiliário
Entre os dias 24 e 27 deste mês, cerca de 100 mil imóveis estarão à venda no Salão Imobiliário de São Paulo, que será realizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi e engloba ofertas em todo o país. Desse total, 48% se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida, com valores a partir de R$ 52 mil.
De acordo com Eduardo Sanovicz, diretor de feiras da Reed Exhibitions Alcantara Machado, promotora do evento, são esperados 50 mil visitantes e 22 mil pessoas já se cadastraram no site para participar do evento, o dobro do ano passado. "Isso demonstra uma tendência do consumidor exercer o poder de compra."
Fonte: Folha Online