Operários da construção fecham terminal em Fortaleza
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Trabalhadores exigem 17% de aumento salarial
29 de abril de 2014 - Operários da construção civil fecharam na manhã da última segunda-feira (28) o terminal do Papicu, em Fortaleza. Segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção (Sticcrmf), Nestor Bezerra, a manifestação faz parte da campanha salarial da categoria e lembra o "Dia Internacional em Memória às Vitimas de Acidente de Trabalho".
Até 10h30, entradas e saídas estavam fechadas e os ônibus paravam nas proximidades do terminal obrigando os passageiros a descer antes do fim do trajeto e seguir a pé. Filas de ônibus podiam ser vistas em vias como a Júlio de Abreu. O protesto complicou o trânsito nas avenidas Dom Luís e Engenhero Santana Júnior.
"Estamos fazendo essa manifestação para alertar as autoridades sobre as péssimas condições de trabalho que vivemos. Queremos salários dignos. E para lembramos dos profissionais que perderam a vida trabalhando nos canteiros de obras", disse Bezerra.
Nestor Bezerra afirma que na semana passada membros do sindicato se reuniram com empresários para discutir as propostas, sem acordos. "Durante a reunião infelizmente não chegamos a um consenso. Apenas dois itens das nossas exigências foram discutidas. Um aumento de 6% do salário e acréscimo de R$ 3,90 na cesta básica o que é um absurdo", afirmou.
Operários da construção civil exigem 17% de aumento salarial, aumento da cesta básica para R$ 80,00, auxílio combustível, auxílio creche no valor de R$ 120,00, plano de saúde e a cota de 5% de mulheres por canteiro de obra. Nestor Bezerra informou que essa é a primeira grande manifestação e que outras ocorrerão no decorrer da semana.
O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), em nota, repudiou as paralisações ocorridas em Fortaleza e Região Metropolitana. Segundo o Sinduscon o movimento ocorre de forma ilegal, uma vez que a greve não foi decretada oficialmente. Conforme o órgão, já foram realizadas cinco rodadas de negociações não chegando a um acordo, uma vez que o Sindicato dos Trabalhadores insiste na defesa de uma pauta de 17% de reajuste nos pisos, valor superior em mais de 300% do INPC do período, que nos últimos doze meses foi de 5,39%.
Além de outras reinvindicações, como: plano de saúde, criação de estacionamento nos canteiros de obra e auxílio combustível para veículos, cota para mulheres, auxílio creche que, somados a outros benefícios, chegam a representar mais de 50% de aumento. As empresas da construção civil apresentaram propostas com aumentos reais, sendo o reajuste no piso de 6%, além de outros benefícios.