PAC 2 terá obras contra enchente a partir de maio no Rio de Janeiro
Ministro das Cidades anuncia intervenções na Baixada e na Praça da Bandeira como prioridades do pacotão bilionário que beneficiará o Rio.
19 de novembro de 2010 - Obras no município do Rio e na Baixada Fluminense são prioridade nos investimentos do pacotão do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 2. A região receberá R$ 2,2 bilhões, o equivalente a 84,6% dos R$ 2,6 bilhões que, como o Informe do DIA noticiou ontem, serão destinados ao estado. As intervenções devem ser iniciadas já em maio, começando por ações contra desastres provocados pelas chuvas no município de Nova Iguaçu e na Praça da Bandeira, na capital, que receberá também trabalhos para conter encostas.
Ontem, o ministro das Cidades, Márcio Fortes, anunciou que o contrato entre governos federal, estadual e municipais será assinado em 7 de dezembro, no Paraná. "O presidente Lula fez questão de priorizar áreas castigadas do estado. Ele é o maior carioca que existe", brincou o ministro, em feira sobre infraestrutura no Riocentro.
O PAC 2 prevê ainda a construção de 10.043 residências para moradores de baixa renda em 13 cidades fluminenses. Só na capital, serão 4.382. Ao todo, foi aprovada liberação da verba para intervenções em 26 cidades do estado.
Na Praça da Bandeira, as melhorias são aguardadas ansiosamente por Carlos Durval Peixoto, 43 anos. Em abril, a loja que gerencia teve prejuízo de R$ 8 mil por conta da enchente provocada pelas chuvas. "Essas galerias estão todas entupidas e não dão vazão à água da chuva. No verão, é um desespero. Tiramos todas as mercadorias das prateleiras perto do chão por medo. Na última enchente, passamos três dias limpando a loja", lembra.
Cinco complexos de favelas - Providência, Chapadão/Chico Mendes, Tijuca, Mangueira e Jardim Batan - receberão, além de R$ 422,79 milhões em urbanização, mais R$ 207 milhões para construir casas. No Morro do Pinto, Solange Faria Rodrigues, 39, e a filha, Thaís, 14, torcem por boa moradia para parentes que moram na vizinha Providência, onde a aposentada Janete Magro, 72, pede: "Tem que investir em coleta de lixo e conserto dos vazamentos de água".
Piscinões para receber chuva na Praça da Bandeira
A partir de maio, três piscinões gigantes serão construídos na Praça da Bandeira para dar fim às enchentes. Quando chover, os reservatórios vão acumular a água e impedir o transbordamento dos rios Joana, Trapicheiros, Maracanã e Papa-Couve. O ministério das Cidades vai investir R$ 284,92 milhões nesse projeto.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras, o volume de água seria liberado à medida que a rede de drenagem suportasse a carga. Estão previstas também correções da calha e do deságue do Rio Trapicheiros. No Rio Joana, a calha será desviada, na altura do estádio Maracanã, até desaguar na Baía de Guanabara.
Recuperação ambiental, drenagem, pavimentação e moradias no estado
Em Nova Iguaçu, o controle de inundações e recuperação ambiental dos rios Iguaçu e Sarapuí, no valor de R$ 352 milhões, são apontados como as principais intervenções do PAC 2 na região. Objetivo é dar fim às enchentes que castigam a área durante as chuvas e regularizar o abastecimento de água.
O ministro Márcio Fortes destacou que a ampliação do sistema de abastecimento de água de Seropédica e Itaguaí também vai ajudar no avanço de infraestrutura para a Baixada Fluminense. Os recursos somam R$ 71,76 milhões. No bairro da Coreia, em Mesquita, a drenagem e a pavimentação vão consumir R$ 24,66 milhões.
A Região Serrana vai receber 15 obras e projetos no valor de R$ 137,75 milhões, com destaque para a pavimentação de bairros em Teresópolis (R$ 50,45 milhões), e a urbanização da Estrada da Saudade, em Petrópolis, onde serão investidos R$ 25,72 milhões. Também na cidade imperial, o Minha Casa, Minha Vida terá R$ 6,89 milhões de aporte para financiar a construção de moradias.
Já a Região dos Lagos teve oito obras e projetos aprovados no valor de R$ 81,03 milhões. Para o Sul Fluminense, o Ministério das Cidades destinou R$ 31,35 milhões para 11 obras de saneamento e encostas.
No Norte Fluminense, Macaé será o único município a participar do PAC 2. Estão previstos R$ 73,4 milhões em intervenções e projetos.
Fonte: O Dia-RJ