Pacote de habitação pode incluir outros bancos
Relator do projeto alega que a Caixa, sozinha, não tem como atender a mais de 4,5 mil municípios
11 de maio de 2009 - Apesar de festejado, o programa habitacional do governo federal "Minha Casa, Minha Vida" ainda depende da aprovação do Congresso Nacional. O governo apresentou a proposta por meio de Medida Provisória - a 459/2009 - e o deputado federal Henrique Alves (PMDB-RN), relator do projeto, pretende entregar o relatório à Câmara na próxima semana para que seja votado ainda em maio.
Até lá, Alves tem pela frente uma missão difícil: negociar com os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda) a inclusão de emendas à MP. Uma proposta já foi aprovada. O projeto excluirá municípios com menos de 50 mil habitantes.
A MP já tem 307 emendas, como a que inclui o financiamento para a aquisição de lotes. A proposta que deve encontrar mais resistência do governo é a que prevê que outros agentes financeiros além da Caixa Econômica Federal participem da gestão dos recursos do programa.
O relator alega que a Caixa, sozinha, não tem como atender a mais de 4,5 mil municípios que serão incluídos no programa. "Vou negociar até o último minuto. Não adianta oferecer casa e depois não poder atender a população", diz.
Para especialistas em urbanismo, as casas do programa de moradia popular do governo federal - que completou 40 dias do lançamento e de prático o que se viu até agora foi, principalmente, uma onda de histeria nas portas das agências de habitação e nas consultas à Caixa - só ficam prontas em um ano e meio (18 meses).
Paulo Safady, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), é incisivo ao dizer que "não há como produzir em escala sem a classe empresarial".
Fonte: Portal do Consumidor