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Papéis de construtoras devem apresentar retorno em 2012

Texto: Redação AECweb

Dados da Abecip apontam que o setor de construção civil deve fechar 2011 com 540 mil unidades financiadas e R$ 85 bilhões de recursos no segmento

17 de novembro de 2011 - Na opinião dos analistas consultados pelo DCI, os papéis das companhias do setor de construção civil listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) devem reagir e recuperar valor de mercado em 2012. "O ciclo de queda da taxa básica de juros deve melhorar a percepção dos compradores de investir em imóveis no próximo ano", argumenta o analista do setor de construção civil da Ativa Corretora, Armando Halfeld.

É fato que embora 2011 tenha sido marcado pela continuidade do crescimento do setor, os papéis das construtoras foram muito castigados pela percepção de crise econômica.

A ação da Brookfield Incorporações caiu 24,9% no ano, queda menor que a registrada pela MRV com perda de 25,1% de valor de mercado, seguido pelo recuo de 27,1% do papel da Rossi Residencial e 27,2% da PDG Realt.

Mas para o investidor de Cyrela, a perda foi de 30,2% em 2011, mas distante do tombo de 46,6% dos papéis da Gafisa no período. "O cliente de imóvel leva muito em consideração o cenário da economia. Isso afetou a velocidade de vendas", argumentou o analista da Gradual Investimentos, Paulo Esteves.

A equipe de pesquisa da Planner Corretora também acredita que 2012 será importante para ver a melhora das margens das companhias. "As construtoras estão num ciclo muito forte de entrega de empreendimentos lançados em 2008. Naturalmente, o setor vai lançar menos em 2012 e produzir uma folga de caixa", diz a fonte da área de pesquisada Planner Corretora.

Na projeção da Ativa Corretora, o preço-alvo para 2012 observa recuperação. O papel da Brookfield é projetado a R$13,20; o da Cyrela, a R$ 21,63, e o da Gafisa, a R$ 13,16. PDG poderá encontrar o valor de R$ 13,71 assim como Rossi Residencial poderá alcançar a cotação de R$ 18,19 e MRV o preço-alvo de R$ 20,96 no próximo ano.

Contida em números, a projeção da Gradual Investimentos aponta Brookfield a R$9,50; Cyrela cotada a R$ 18,60; Gafisa, a R$ 8,80; PDG Realt elevada para R$ 9,50; Rossi Residencial, a R$ 14, e MRV a R$16em2012.

Para efeito de comparação, no pregão de ontem, quando o Ibovespa subiu 0,52% aos 58.559 pontos, os seis papéis do setor da construção civil ficaram novamente em queda. O papel da Gafisa caiu 8,49%, para R$ 5,60, e a ação da PDG Realt recuou 2,17%, para R$7,18.

Brookfield desceu mais 1,15% para R$ 6; Rossi Residencial caiu 0,97% para R$ 10,15; Cyrella com recuo de 0,75% para R$ 14,39 e em menor perda, a MRV com ligeira queda de 0,26% aos R$ 11,11.

"O grande medo agora é a inflação. Ela pode comprometer a renda das famílias, e os potenciais compradores podem não ter reservas suficientes para comprar imóveis", alerta Halfeld, sobre o risco das companhias.

"Essa volatilidade está muito relacionada ao nível de confiança do investidor. As construtoras devem reduzir o ritmo de crescimento dos lançamentos", considera Esteves, sobre o risco.

A equipe de pesquisa da Planner Corretora explica a queda forte da Gafisa pela redução da expectativa de lançamento, ao passo que Cyrela e PDG exibiram resultados no terceiro trimestre fiscal que mostram geração positiva de caixa em 2011. Na opinião da Planner, a principal dificuldade do setor é que a construção civil "consome muito caixa" ao longo do processo de lançar, vender e receber quando entrega o empreendimento pronto.

De fato, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o setor de construção civil deve terminar 2011 com R$ 85 bilhões em volume de financiamentos destinados para 540 mil unidades.

As construtoras listadas na BM&FBovespa captam apenas uma fração desse volume de recursos. Como exemplo, a Brookfield registrou receita líquida de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre, 91% acima do mesmo período do ano passado. A incorporadora exibiu em seu balanço R$ 1,3 bilhão de vendas contratadas no trimestre, 61% acima de 2010.

No entanto, apesar do crescimento da receita e das vendas, o lucro líquido cresceu em ritmo menor, avançou 26% em relação ao mesmo trimestre do ano passado e atingiu R$ 108 milhões no terceiro trimestre de 2011.

"A pressão de custos de mão de obra e da valorização de terrenos continua", explica Halfed, no que diz respeito ao desafio das companhias nos próximos anos.

A Cyrela apresentou vendas de R$ 4,1 bilhões em nove meses, e lançamentos de R$ 4,6 bilhões no mesmo período. Na comparação com o segundo trimestre, o desempenho foi 34,2% maior, para R$ l,6 bilhão.Ao mesmo tempo, a Gafisa, com R$ 1 bilhão em vendas e R$ 1 bilhão em lançamentos no trimestre, registrou lucro líquido 60% menor que o do mesmo trimestre de 2010, para R$ 46,2 milhões ao fim de setembro.

Fonte: DCI


 

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