Para o ano que vem ser melhor, construção precisa superar entraves
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Sindicato previu ainda que o comportamento do emprego no setor será ascendente desde o início do ano
30 de novembro de 2012 - Em 2013, a construção civil voltará a crescer entre 3,5% e 4%, recuperando a taxa de investimento para 19% do PIB nacional, que também deverá evoluir entre 3,5% e 4%. Mas, para isso, o setor precisará ganhar produtividade, hoje a maior barreira ao seu crescimento.
As previsões foram anunciadas pelo presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, em entrevista coletiva concedida em 28 de novembro, na sede do SindusCon-SP. A coletiva também contou com as participações do vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, e da economista Ana Maria Castelo, da FGV (Fundação Getulio Vargas).
O sindicato previu ainda que o comportamento do emprego no setor será ascendente desde o início do ano, mas o primeiro semestre será bem mais difícil, ficando para o segundo as chances maiores de evolução do estoque de trabalhadores.
Em 2012, o desempenho do setor revelou-se forte e importante. Mesmo assim, poderia ter sido melhor, avaliou o SindusCon-SP. Watanabe anunciou que o PIB da construção fechará o ano em alta de cerca de 4% em 2012 e estimou para o PIB do país alta de 1,6%. Já a taxa de investimento deverá ficar em 17,5% do PIB e o emprego formal na construção, subir 5,9%, em relação a 2011.
“Há uma mudança forte de cenário para o PIB da construção. Daqui para frente ele vai acompanhar mais a economia”, anunciou Ana Maria. “A tendência de forte desaceleração observada ao longo do ano nas contratações dos segmentos típicos do início de novos empreendimentos, como os de engenharia e arquitetura e de preparação de terrenos preocupa para 2013”, afirmou.
Segundo ela, o governo já deu uma sinalização positiva no sentido de resolver os problemas de gestão. “Dinheiro não vai faltar. A queda dos desembolsos do BNDES não se repetirá.” Ana Maria lembrou ainda que no final deste ano o governo já começou a destravar os investimentos no setor de transportes e, “se tudo certo”, o Programa de Logística começará a dar frutos ainda no final de 2013.
Para Eduardo Zaidan, “as coisas não se mostraram tão ruins em 2012 como se imaginava. É bom lembrar que, início do ano, as previsões para a economia mundial eram catastróficas. Mas a Europa não ruiu, todo mundo se acostumou com o cenário e a vida seguiu”.
SindusCon-SP e FGV previam que o crescimento bem acima do PIB do país em 2012 poderia vir de um bom ritmo de obras, tanto do programa Minha Casa, Minha Vida quanto de infraestrutura. No entanto, o desempenho setorial foi um pouco afetado por dificuldades, tais como: redução dos investimentos das empresas; queda dos investimentos do setor público para a infraestrutura; paralisação de meses dos serviços rodoviários do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes); morosidade na concessão de licenciamentos imobiliários, que afetou negativamente o início de obras; e baixo ritmo de contratação de moradias para a faixa 1 do PMCMV.
O custo elevado da mão de obra também pesou na redução do número de lançamentos de moradias. Pelo INCC-M, o item mão de obra, que respondeu por 66,7% do índice, acumulou alta de 9,21% até novembro, em linha com a dificuldade de preencher vagas. Além disso, até setembro o BNDES liberou R$ 49,1 bilhões para obras de infraestrutura em 2012, volume 12% menor que os R$ 56,1 bilhões desembolsados no mesmo período do ano passado. As vendas de cimento registram alta expressiva no ano.
Zaidan chamou a atenção para o fato de que começam a aparecer os resultados do esforço das empresas no aumento da produtividade nos canteiros de obra. “A produtividade dos trabalhadores da construção tem aumentado graças ao esforço do setor e ao investimento das construtoras em treinamento, requalificação e reciclagem”, disse.
Fonte: Sinduscon - SP