Para Secovi-SP, crédito imobiliário deve se consolidar como negócio
Entidade enxerga aumento da concorrência entre os agentes financeiros, o que poderá contribuir para possível diminuição das taxas de juros
20 de janeiro de 2010 - Em 2010, os recursos voltados ao financiamento imobiliário tendem a ser maiores. De um lado, o Governo já reserva recursos para investimentos em moradias populares. De outro, os bancos ampliam o crédito e facilitam o financiamento da casa própria, com redução de juros e aumento dos prazos. Diante desse cenário, no qual o crédito imobiliário será protagonista, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) afirma que pretende atuar junto aos bancos para consolidar esse tipo de crédito, garantir recursos e desburocratizar processos.
"Ganham os empresários e compradores, que terão poder de escolha", afirmou, por meio de nota, o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi, Ely Wertheim. "Além disso, veremos o aumento da concorrência entre os agentes financeiros, o que leva a uma possível diminuição das taxas de juros, que caíram consideravelmente nos últimos anos", explicou.
Para Wertheim, há espaço no mercado para ampliação do crédito imobiliário. "A representação do setor em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) é ainda muito insignificante", ressaltou. "Há muito a fazer", completou.
Crise
Para o Secovi-SP, a crise não foi tão ruim para o mercado imobiliário. Primeiro porque o consumidor se manteve confiante e não descartou a compra da casa própria. Depois porque a turbulência internacional freou o setor de construção, o que fez com que não ocorresse um boom de oferta de imóveis, sem comprador.
"No balanço geral, a crise internacional foi saudável, pois não poderíamos conviver durante muito tempo com um crescimento de 25% a 30% ao ano", explicou Wertheim. "Tal fato foi importante até mesmo para não repetirmos erros de países como a Espanha, que hoje está com aproximadamente 1 milhão de imóveis prontos para um mercado consumidor inexistente", disse.
Com relação aos financiamentos, mesmo com a crise, os valores foram significativos. Financiamentos imobiliários com recursos da poupança, por exemplo, atingiram R$ 32 bilhões no ano passado. Bancos também registraram recordes nos valores voltados ao consumidor para comprar a casa própria. Somente a Caixa Econômica Federal registrou uma oferta de R$ 45 bilhões em crédito habitacional em 2009, valor é quase o dobro do registrado em 2008.
Dos investimentos feitos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), o setor habitacional liderou no ano passado. Com cenário econômico renovado, o crédito imobiliário será protagonista em 2010. Somente os investimentos federais na área voltados aos consumidores de baixa renda devem somar mais de R$ 3 bilhões.
Fonte: Infomoney - SP