Parceria permite a criação de usina para reaproveitar entulho
Em Osasco (SP), acordo entre prefeitura e empresa do Terceiro Setor permite a inauguração da primeira Usina de Reciclagem de Entulho da cidade
18 de maio de 2009 - Os entulhos colocados em terrenos baldios, margens de rios ou ruas são responsáveis por enchentes, proliferação de vetores e doenças, poluição visual e degradação do meio ambiente. Para diminuir problemas ambientais, gerar emprego e renda e, com isso, melhorar a qualidade de vida da cidade de Osasco (SP), a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Instituto Nova Ágora de Cidadania (Inac) inaugurou, na semana passada, a primeira Usina de Reciclagem de Entulho de Osasco (Ureosasco).
Operários da nova usina são treinados para trabalhar na peneira vibratória, máquina que separa materiais por granulometria, ou seja, por tamanho dos grãos. Foto divulgação.
O modelo é inovador: o material passa por triagem, porque não pode ser "contaminado" com resíduos orgânicos, amianto ou plásticos. O projeto tem o apoio da prefeitura, da Fundação Banco do Brasil e da Aliança Brasil (BB Seguros). O investimento de R$ 1,2 milhão tornou possível a concretização do projeto-piloto, que será "cobaia" de estudos em parcerias com instituições, como a Universidade de São Paulo (USP). Ideia é estendê-lo a todo o País e ampliar as técnicas que darão mais qualidade ao material.
No Rio, a única proposta semelhante está instalada em Macaé, mas o modelo é, como diz o presidente do Inac, Carlos Leal, "irreversível" e deve ser adotado pelas cidades como forma de reduzir os impactos ambientais e até os riscos de doença gerados pelo descarte não organizado."Hoje, a prática de reciclagem do entulho não atinge 2% no País, mas esse trabalho é muito importante, sob diversos aspectos. No contrato que temos com a prefeitura, 50% do material reciclado será utilizado em obras do município. Os outros 50% serão revertidos para a Ureosasco", explica Leal. O projeto é preparado para processar 200 toneladas de entulho por dia, em uma planta de 7 mil metros. A usina terá de ser autossustentável em três meses.
"O conceito é pioneiro, porque não trabalhamos o entulho para a reutilização somente em aterros. Ele é reciclado e pode ser usado em contenção de encostas, calçadas e também nos aterros. Com as pesquisas, vamos ampliar o uso para obras estruturais. Atualmente, o valor de uma tonelada é de R$ 17 a R$ 25, mas podemos chegar a R$ 38", diz Leal.
Segundo ele, o projeto tem a preocupação de inclusão social, com trabalhadores dentro de faixas etárias elevadas e baixa escolaridade, recrutados entre os catadores. A usina criou 12 empregos diretos - cada participante terá direito a vale-transporte, cesta básica e salário médio de R$ 563.
Fonte: O Dia