Pesquisa aponta pessimismo no setor da construção
Apesar disso, setor ainda acredita que será menos afetado que a economia em geral
12 de março de 2009 - Os empresários da construção estão pessimistas quanto ao desempenho das empresas e da economia em decorrência da crise financeira internacional, conforme a 38ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil. A pesquisa foi realizada em fevereiro pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e pela FGV Projetos, com apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Foram entrevistados 214 empresários do setor de todo o Brasil.
Conforme a pesquisa, indicadores acima de 50 indicam otimismo e abaixo de 50 apontam pessimismo. O indicador nacional do desempenho das empresas ficou em 41,8, em fevereiro, com queda de 18,5% nos últimos três meses e de 27,7% em doze meses. No estado de São Paulo, o indicador ficou em 40,7, o que indica um pessimismo ainda maior. Houve queda de 19,4% em relação a novembro e de 29,4% no ano. No critério perspectivas de desempenho futuro, o indicador nacional foi de 40,9, com queda de 6% no trimestre, e o paulista, de 39,6, com redução de 8%.
Embora haja pessimismo quanto ao desempenho das construtoras, o setor ainda acredita que será menos afetado que a economia em geral. Segundo o Sinduscon-SP, essa visão é demonstrada pelo indicador que mede a expectativa de crescimento econômico, cujo desempenho foi pior que o da indústria, ficando em 23,6 no Brasil e em 23,3 em São Paulo, com quedas de 22% e 23,8%, respectivamente.
Já nos critérios perspectivas de evolução de custos e inflação reduzida, os empresários demonstraram otimismo. Esses dois itens já tinham melhorado na sondagem anterior, mas ainda estavam no patamar considerado pessimista. O indicador nacional de perspectivas de evolução dos custos ficou em 57,6 em fevereiro, com aumento de 27,1% no trimestre e de 35% em relação a doze meses. Na medição paulista, o indicador ficou em 58,1, com crescimento de 28,7% no trimestre de 33% no ano. Em relação a inflação reduzida, o indicador foi de 54,3 no Brasil e de 54,2 em São Paulo.
Com lógica contrária aos itens anteriores, o critério dificuldades financeiras ficou em 59,2 no Brasil e em 60,5 em São Paulo, com queda de 5,9% e de 6,1% no trimestre, respectivamente. No caso desse item, valores acima de 50 indicam pessimismo, e a queda aponta melhora. Na pesquisa anterior, realizada em novembro, esse indicador tinha apresentado alta superior a 20% em relação ao trimestre anterior. Em nota, o Sinduscon-SP informou que "as finanças ainda preocupam o setor, mas a tendência é de alívio".
Fonte: Tribuna da Imprensa - RJ