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PIB ainda não captou recuperação da construção no primeiro semestre

Texto: Redação AECweb

Para o SindusCon-SP, dados da recuperação do setor só aparecerão no calculo do PIB anual

14 de setembro de 2009 - A queda de 9,6% no PIB da construção civil no primeiro semestre de 2009, em comparação com o mesmo período de 2008, foi calculada pelo IBGE principalmente com base no declínio da produção física dos materiais de construção (que de fato foi bastante acentuado). Entretanto, isso não retrata a visível recuperação da atividade das construtoras em 2009.

A afirmação foi feita pelo presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe. Segundo ele, “quando o IBGE calcular as outras variáveis – o valor adicionado gerado pelas construtoras e o consumo de materiais pelas famílias –, certamente o desempenho do setor terá sido melhor”, afirmou.

Watanabe atribuiu o declínio da produção física dos materiais de construção a três fatores: queda nas exportações; estoques elevados de materiais; e, em função da crise, o setor privado e muitas famílias postergaram ou cancelaram seus projetos de construir ou reformar.

“No primeiro semestre de 2009, enquanto o PIB da indústria de materiais caía, a atividade das construtoras apresentava um cenário totalmente distinto, de recuperação da crise. Tanto foi assim que o emprego formal na construção civil já apresentava, no primeiro semestre, um aumento de 8,4% em comparação com o mesmo período do ano passado, com a recuperação de todos os postos de trabalho fechados em novembro e dezembro de 2008, no auge da crise”, disse o presidente do SindusCon-SP.

Segundo ele, mesmo a indústria de materiais começa a dar sinais de recuperação, com o consumo de cimento já estando quase novamente no mesmo patamar dos primeiros oito meses do ano passado.

“Tanto as obras de infraestrutura como as do setor imobiliário têm crescido, em função do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), dos programas de obras públicas estaduais e municipais, e do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O aumento do número de lançamentos e das vendas de imóveis, possibilitado pela oferta do crédito imobiliário, também mostra a retomada da confiança das famílias.”

Para o presidente do SindusCon-SP, o PIB das construtoras neste ano tende a apresentar um resultado positivo. “Isto só vai aparecer quando o IBGE apresentar o cálculo definitivo do PIB anual.”

Já a formação bruta de capital fixo, que mede a taxa de investimentos no país, registrou queda de 15,6% no primeiro semestre de 2009, em comparação com o mesmo período de 2008, segundo o IBGE. “Isso mostra que ainda precisamos recuperar investimentos para o país e a construção crescerem.”

“Para tanto, é fundamental que o esforço do governo federal de estimular a atividade da construção permaneça e se intensifique. O próximo passo precisa ser a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Habitação, para destinar recursos permanentes à erradicação do déficit habitacional.”

Fonte: SindusCon-SP

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