PIB da construção não reflete desempenho do primeiro trimestre
Segundo o IBGE, o PIB da construção ainda apresenta uma variação positiva de 3,4% na comparação dos últimos trimestres
10 de junho de 2009 - A queda de 9,8% no PIB da construção civil do primeiro trimestre de 2009, calculada com base no declínio da produção dos materiais de construção (que de fato foi bastante acentuado), ainda não retrata a atividade das construtoras no período.
“Quando o IBGE calcular as outras variáveis –o valor agregado gerado pelas construtoras e o consumo de materiais pelas famílias–, certamente o desempenho do setor não terá sido tão negativo”, afirma o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe.
“Sabemos que no primeiro trimestre de 2009 o consumo de cimento teve até uma ligeira alta (+1,78%), na comparação com o mesmo trimestre de 2008. E as construtoras registraram mais atividade, uma vez que o nível de emprego do setor apresentou elevação de 10,25%, na mesma comparação. Portanto, podemos afirmar que, apesar da queda no consumo dos materiais de construção no varejo, a estimativa inicial apontada pelo IBGE ainda não reflete o desempenho do setor da construção como um todo no primeiro trimestre”, diz o presidente do SindusCon-SP.
Segundo o IBGE, na comparação dos últimos quatro trimestres com os quatro trimestres imediatamente anteriores, o PIB da construção ainda apresenta uma variação positiva, de 3,4%.
Já a formação bruta de capital fixo, que mede a taxa de investimentos no país, registrou queda de 14%, segundo o IBGE. Para tanto, contribuíram: a queda nos investimentos em máquinas e equipamentos (no caso da construção civil, as construtoras limitaram seus investimentos nesses produtos) e o declínio na atividade da indústria de materiais de construção.
Para projetar quanto será o desempenho do setor neste ano, o presidente do SindusCon-SP afirma que prefere esperar. “A atividade da construção civil está em alta como mostra o nível de emprego, tendo já recuperado parcialmente os postos de trabalho fechados no fim de 2008. Contudo, poderemos ter um novo hiato no emprego no segundo semestre, quando as obras em andamento estiverem concluídas e aquelas resultantes dos contratos assinados em 2009 ainda não tiverem começado.”
Fonte: SindusCon-SP