Poli-USP cria cimento ecoficiente
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Pesquisadores criaram uma formulação que substitui grande parte do material responsável pela emissão de C02 na fabricação do produto
08 de maio de 2013 - Uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) pode auxiliar a indústria cimenteira a atingir dois objetivos: dobrar a produção de cimento para atender a demanda mundial, e diminuir a emissão de carbono, uma vez que o setor é um dos que mais liberam dióxido de carbono (C02) na atmosfera. A tecnologia foi testada em laboratório e despertou o interesse de empresas, que analisam a viabilidade do uso em escala na fabricação do material.
Os pesquisadores criaram uma formulação que substitui grande parte do material responsável pela emissão de C02 na fabricação do produto, diminuindo a concentração de material reativo produzido a altas temperaturas.
"Em alguns experimentos em laboratório conseguimos reduzir em mais de 70% a quantidade de ligante em concretos de alta resistência com um produto feito com a formulação", disse Vanderley Moacyr john, professor do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP e um dos coordenadores do projeto. "Recentemente, conseguimos adaptar a formulação para concretos de baixa resistência com metade do ligante usado em um produto convencional."
Segundo o pesquisador, que conduziu o projeto com apoio da Fapesp, o cimento tradicional é composto basicamente por argila e calcário - materiais extraídos de jazidas, posteriormente moídos e que, quando fundidos em fornos a 1,5 mil graus Celsius, se transformam em pequenas bolotas de clínquer. Esses grãos de clínquer são misturados e moídos com gipsita - a matéria-prima do gesso - até virarem cimento.
Atualmente para produzir uma tonelada de clínquer, no entanto, a indústria cimenteira chega a emitir entre 800 e mil quilos de dióxido de carbono, incluindo nessa conta o C02 gerado pela decomposição do calcário e pela queima do combustível fóssil para manter os fornos em funcionamento.
Fonte: Jornal do Commercio