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Polo naval, Rio Grande tem o maior projeto imobiliário da história

Texto: Redação AECweb

Com cerca de R$ 7 bilhões em novos projetos navais, em construção e já anunciados, a cidade portuária têm a expectativa de gerar mais de 40 mil empregos nos próximos cinco anos.

23 de agosto de 2011 - Cidade mais antiga do Estado do Rio Grande do Sul, Rio Grande está prestes a viver a maior transformação imobiliária de seus 274 anos de história. Com cerca de R$ 7 bilhões em novos projetos navais, em construção e já anunciados, a cidade portuária têm a expectativa de gerar mais de 40 mil empregos nos próximos cinco anos. Atentos à demanda que está por vir e a que já existe - e não encontra espaço na própria cidade para morar - um grupo de pesados investidores pretende aplicar R$ 250 milhões para mudar o município de 200 mil habitantes.

Em uma área de 106 mil metros quadrados, será construído o primeiro shopping da cidade, com 26 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) um Hotel Ibis e um novo bairro planejado, com prédios comerciais, residenciais e lotes para casas.

Nessa empreitada estão nomes de peso - do setor imobiliário e fora dele. O terreno foi adquirido há cerca de um ano por Iboty Ioschpe, um dos sócios e conselheiro da Iochpe-Maxion, fabricante de autopeças e componentes para a indústria ferroviária. Investidor do setor imobiliário na pessoa física, Iboty é dono da Aquário Empreendimentos Imobiliários. "Me interessei pela perspectiva futura da cidade, em função do polo naval", afirma Ioschpe.

O empresário terá como parceiros a Cipasa, uma das mais tradicionais empresas de loteamento do país - que no ano passado foi adquirida pelo fundo de private equity Prosperitas, especializado na área imobiliária - e a Partage, braço imobiliário da família Baptista, que compartilham o controle do laboratório Aché com outras duas famílias.

Iboty não abriu mão de continuar em cada um dos projetos que serão erguidos no imenso terreno. A Cipasa e a Concórdia, empresa local, integram um consórcio que detém 60% do loteamento, enquanto os outros 40% continuam com a Aquário Empreendimentos.

Já a Partage fica com dois terços do shopping - e Ioschpe com um terço. "Havia várias empresas interessadas no negócio", afirma Ioschpe, que diz ter escolhido a Partage porque a empresa levará "ancoras de peso" para o shopping. Ricardo Baptista, da Partage, prefere não dizer quais são as varejistas que devem ir para Rio Grande. O shopping vai abranger um público de cerca de 400 mil pessoas, entre Rio Grande e arredores. "Será um importante destino de compras da região", diz Baptista.

Segundo Ivo Szterling, diretor da Cipasa, a empresa iniciou, há mais de um ano, um plano de expansão nacional, com loteamentos nos segmentos econômico, de médio e alto padrão. O bairro planejado de Rio Grande será o segundo empreendimento da Cipasa no Rio Grande do Sul - o primeiro foi em Canoas. A exemplo do que foi feito pela Sobloco no bairro Cerâmica, em São Caetano (SP), a ideia é fechar parcerias com incorporadores. O projeto prevê quatro tipos de produto: 600 apartamentos, 300 a 400 lotes de médio padrão (de 250 m2 a 300 m2) e mil unidades de padrão médio-alto (lotes de 360 m2 a 450 m2).

A falta de moradia e de hotéis em Rio Grande faz com que os trabalhadores que constroem as plataformas optem por morar em Pelotas, a 60 quilômetros de Rio Grande, e Cassino, a 22 quilômetros. "Hoje a falta de projetos na área imobiliária é limitante de novos projetos na cidade", diz o vice-prefeito de Rio Grande, Adinelson Troca.

Segundo maior porto em movimentação de carga com o maior calado, o porto de Rio Grande tem um papel importante na movimentação de carga para Uruguai, Paraguai e Argentina. Além do Dique Seco, que começou a ser construído pela WTorre em 2009 foi comprado pela Engevix, há mais três plataformas da Petrobras, P53, P55, P63. A Queiroz Galvão também construirá uma plataforma, a P58, e o grupo Wilson Sons fará obras navais.

Fonte: Valor Econômico

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