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Preços dos imóveis usados caem até 10% com a crise

Texto: Redação AECweb

Diminuição da procura nos últimos meses levou quem tem pressa em vender a reduzir o valor pedido

5 de fevereiro de 2009 - A crise já provoca um efeito positivo para quem pretende comprar a casa própria: queda nos preços. Os problemas que a economia passou a enfrentar a partir de setembro assustaram o potencial comprador e o fizeram adiar a aquisição do imóvel - o que provocou retração nas vendas e diminuiu o número de lançamentos na capital, mostra o levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). Diante desse quadro, o mercado tratou de reagir.

O efeito mais visível foi sobre os usados, que já ficaram mais baratos. “Com a diminuição da procura, os proprietários que tinham mais urgência em vender decidiram baixar os valores”, afirma José Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP. O desconto, em alguns casos, chega a 10%.

Agora é a vez do governo fazer sua parte para tornar a casa própria mais acessível. O presidente Lula informou ontem que medidas de estímulo ao setor de habitação devem ser anunciadas em até dez dias (leia mais abaixo). Com o lançamento do pacote anticrise, a expectativa é que o preço das unidades novas também caia.

Hoje, apenas na Capital há 19,2 mil imóveis novos à espera de um comprador - até agosto, antes de a crise estourar, esse estoque era de 16 mil unidades, informa o Secovi-SP. “Temos uma grande oferta de imóveis, temos uma gama enorme de pessoas que sonha com a casa própria e temos crédito para financiar a venda”, afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP. “O que falta é aproximar ainda mais o valor do imóvel da realidade do consumidor e dar condições para que ele se sinta seguro para decidir pela compra.”

Segundo Crestana, o setor solicitou ao governo a criação de um seguro-desemprego para o financiamento da casa própria. O mutuário que fosse demitido poderia ficar até seis meses sem pagar as prestações, sem que lhe tirassem a posse do imóvel. “Hoje, o principal entrave para que o consumidor compre a casa própria é o medo de perder o emprego”, diz Crestana. “Se conseguirmos garantir que ele seja amparado legalmente em caso de perda do emprego, esse medo vai diminuir e possivelmente ele fechará o negócio.”

Além do seguro-desemprego nos financiamentos, as empresas do setor também pleitearam o corte de tributos sobre materiais de construção e a desoneração do Regime Especial de Tributação (RET), que taxa em 7% o chamado Patrimônio de Afetação do imóvel. Caso os pedidos sejam contemplados pelo governo, o preço das unidades novas ficará menor. “A queda poderia ocorrer porque os impostos correspondem, em média, a 30% do valor total da unidade”, diz Crestana. O pacote do governo deve beneficiar principalmente os imóveis voltados a famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos (equivalente a R$ 2.325).

O que pode ajudar
- Caso o pacote do governo preveja mesmo medidas como a desoneração do Regime Especial de Tributação (RET), a queda do preço dos imóveis novos  pode acontecer em breve
- a retomada dos lançamentos no mercado também pode aumentar a oferta e estimular a concorrência
- corte do IPI dos materiais de construção também influenciaria o preço dos imóveis

O que pode atrapalhar
- Caso o pacote do governo não contemple as solicitações do setor, especialmente as que dizem respeito à redução de tributos, os preços dos imóveis devem ficar como estão
- Se a crise se agravar, o aumento do desemprego e, consequentemente, a alta da inadimplência dos mutuários pode contribuir para os bancos subirem os juros do financiamento da casa própria

Dicas para fazer um bom negócio
Para quem pretende comprar a casa própria, a dica é esperar pelos efeitos do pacote anticrise que o governo prepara para o setor. Os preços devem cair mais. É importante também pesquisar as condições de financiamento para imóveis novos e usados - em alguns bancos, as taxas são diferentes mesmo que o valor do imóvel seja o mesmo. Aproveite que as vendas estão em baixa e tente, desde já, negociar descontos com os corretores

Fonte: Jornal da Tarde - Carolina Dall’olio  

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