Preços dos materiais de construção sobem, mesmo com IPI reduzido
Arames, conjuntos de banheiro e pregos estão entre os que tiveram alta
14 de abril de 2010 - A redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os materiais de construção não foi suficiente para conter a alta dos preços de alguns produtos nos últimos meses. Levantamento realizado com exclusividade pelo site Mercado Mineiro revela que a alta pode chegar a 39,6%, no caso de arames recozidos. Em março de 2009, antes da entrada da medida em vigor, o preço médio era de R$ 6,89 o quilo. Na pesquisa mais recente, o valor saltou para R$ 9,62.
O cimento branco e o de rejunto (cores) apresentam alta de 4,59% e 9,92%, respectativamente. Já o preço médio do conjunto de banheiro (com pia e vaso) subiu de R$ 122,37 para R$ 148,54, alta de 21,39%. O quilo do prego encareceu 15,34% no período.
Mesmo assim, os empresários da indústria e comércio da construção civil tentam convencer o governo a prorrogar ou tornar permanente a redução do IPI, prevista para terminar em junho. E o governo deve mesmo postergar o benefício, porque entende que se trata de um estímulo aos investimentos.
No pleito ao governo pela prorrogação do alívio fiscal, os empresários alegam que, em meio a uma forte demanda impulsionada inclusive pelo programa habitacional do governo, o Minha Casa, Minha Vida, a perspectiva de volta do imposto cheio poderia provocar uma antecipação das compras e levar até a um desabastecimento no setor.
"Defendo a prorrogação porque aquece a economia, favorece o consumidor de baixa renda e gera emprego no setor da construção civil", disse o presidente da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac-MG), Ricardo Fortuna Caus. Ele avalia que a alta de preços "não é generalizada" e deve ser analisada caso a caso. "É devido à velha relação de oferta e demanda", completa.
Custo. O aquecimento do setor também repercute no Custo Unitário Básico da Construção (CUB), que calcula o metro quadrado da construção em Belo Horizonte. Nos últimos oito meses, o índice apresentou alta. Em março passado, a variação foi de 0,21%. O custo médio foi de R$ 846,70.
Segundo a Abramat, entidade que reúne os fabricantes de materiais de construção, o fenômeno é diferente do que se viu nos automóveis, móveis e eletrodomésticos, que ganharam alívio fiscal. No caso dos materiais de construção, os produtos precisam ser estocados para serem usados ao longo da construção e reforma do imóvel.
Fonte: O Tempo - MG