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Preços na construção civil registram primeira deflação em 11 anos

Texto: Redação AECweb

Queda de 0,17 % foi a primeira em 11 anos nos preços do setor

3 de abril de 2009 - Os preços na construção civil, um dos primeiros setores a serem afetados pela atual crise, registraram queda de 0,17%, na apuração de março da Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi a primeira deflação em 11 anos nos preços do setor, que vivia uma explosão de investimentos antes do agravamento da crise.

Para o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, o setor passa hoje por uma crise sem paralelo, e isso deve afetar os preços durante todo o ano. Alguns analistas alertam que consequências da crise, como o recuo na demanda do mercado interno e a dificuldades de acesso a crédito das construtoras, levaram a um número menor de lançamentos e o setor agora se movimenta graças a empreendimentos iniciados há cerca de dois anos.

Para especialistas, hoje a oferta de material de construção é maior do que a demanda. Esse ambiente levou a resultados de desaceleração e quedas de preços nos principais índices inflacionários. "Acho que, no curto prazo, a tendência é de baixa e de estabilidade de preços", comentou Quadros.

"O setor está em uma fase de profundo desaquecimento. As obras já contratadas seguem em ritmo lento, e não há empreendimentos novos, lançamentos que as substituam", explicou, alertando de que, quando os empreendimentos desenvolvidos agora terminarem, a demanda por produtos e serviços da construção deve diminuir ainda mais. O economista acredita que praticamente todos os preços de itens e serviços estão subindo menos ou até caindo, na construção. "Se havia alguma dúvida de que o boom da construção acabou, creio que não há mais."

Apesar do panorama, empresas como a Klabin Segall estão comemorando. A companhia alcançou em vendas contratadas R$ 1 bilhão em 2008, crescimento de 99% em relação ao desempenho do ano anterior. A receita líquida totaliza R$ 576,2 milhões, aumento de 136% sobre 2007, e lucro líquido ajustado no período chega a R$ 32,0 milhões, evolução de 16%.

Fonte: DCI - SP
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