Prédios com rachaduras em São Paulo ficarão interditados por mais 6 dias
Segundo a Defesa Civil, construtora fará reforço na estrutura de um deles
12 de fevereiro de 2010 - Os dois prédios interditados desde a noite de quarta-feira (10) na Rua Tagipuru, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, depois que a parede de um deles apresentou rachaduras e provocou tremores e estrondos, ficarão interditados por cerca de seis dias. A informação é da Defesa Civil Municipal. Neste período, a construtora de um imóvel em obras que fica ao lado e pode ter causado o problema fará o reforço da estrutura do imóvel.
Os prédios – um comercial, com 40 anos de construção, e um residencial, com 36 – têm suas paredes coladas. Na noite de quarta-feira (10), moradores sentiram um tremor e ouviram um estrondo. Eles deixaram seus apartamentos. Após vistoria dos bombeiros e da Defesa Civil no prédio comercial, que estava vazio no momento, foi constatado um afastamento na parede, que chegou a quatro centímetros, além de rachaduras.
A hipótese é de que uma construção vizinha, feita pela Gattaz Engenharia, tenha causado o problema. Tanto moradores quando funcionários de escritórios no imóvel comercial reclamaram de barulhos e tremores causados pela obra.
Segundo o coordenador da Defesa Civil da capital paulista, coronel Jair Paca de Lima, engenheiros e técnicos da construtora farão um estudo para tentar chegar a uma conclusão sobre o que aconteceu, além de apontar soluções. “Enquanto isso, será feito o estaqueamento do prédio comercial para reforçar a estrutura. Esse trabalho deve durar seis dias, e só depois disso as pessoas poderão voltar”, afirmou Paca de Lima.
Segundo ele, serão colocadas estacas metálicas junto ao sistema hidráulico do prédio, reforçando sua estrutura. Apesar de não querer alarmar os moradores, Paca de Lima disse que “sempre existe risco de desabamento”. “Nenhum engenheiro assinou um laudo até agora dizendo que não existe risco”, disse ele. No prédio residencial, não será preciso fazer nenhuma intervenção.
Por causa dos trabalhos e do risco, a Rua Tagipuru continuará interditada para evitar a passagem de veículos pesados e uma maior circulação de pessoas.
Apoio aos moradores
Enquanto não puderem ficar em casa, os moradores do edifício residencial ficarão em hotéis pagos pela construtora, segundo o coordenador da Defesa Civil. Alimentação e estacionamento também serão pagos. A informação foi confirmada pelos moradores, que participaram de uma reunião com o órgão municipal e a empresa de engenharia na manhã de ontem.
“A construtora vai fazer uma cotação dos preços dos hotéis e flats, e vai nos apresentar a proposta de pagamento. Se aceitarmos, ela vai dar em dinheiro o equivalente a oito dias e nós vamos procurar o local por conta própria”, afirmou o gerente comercial Rodrigo Mazzini, de 33 anos. Segundo ele, a maior dificuldade agora é encontrar vagas, pois o sistema hoteleiro da cidade está mais cheio e mais caro devido ao carnaval. Os gastos dos ocupantes de salas comerciais no prédio que teve o afastamento da parede também terão suas possíveis despesas ressarcidas pela construtora.
Fonte: G1