Prefeitura do Rio quer aproveitar material de entulho nas construções
Resíduos reciclados deverão ser utilizados em obras públicas para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos
16 de julho de 2010 - O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes disse ontem, durante a inauguração de uma escola na Zona Oeste, que vai transformar em lei a proposta do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Consemac) que obriga a utilização de agregados reciclados - oriundos de resíduos da construção civil - em obras e serviços de engenharia realizadas na cidade. O projeto deve ser enviado à Câmara depois da aprovação do Plano Diretor, prevista para agosto. “Vamos utilizar uma parte importante do entulho reciclado nos investimentos de infraestrutura da cidade, como Olimpíadas e Copa do Mundo de 2014. Essa proposta será enviada à Câmara no segundo semestre, junto com o pacote olímpico, com os mais variados temas”, disse o prefeito.
O Globo revelou ontem que metade do entulho gerado mensalmente no Rio, cerca de 30 mil de um total de 60 mil toneladas, é despejada irregularmente. A prefeitura já tem mapeado 12 locais onde há lixões clandestinos. Umas das dificuldades da prefeitura é identificar os proprietários dos depósitos. Um dos maiores funciona na Avenida das Américas, no Recreio, ocupando cerca de 15 lotes no local. Em frente ao Recreio Shopping, no sentido Grota Funda, há outro lixão irregular. O mesmo ocorre na Rua Comandante Guaranys, na Taquara.
O lixão na Rua Jornalista Luiz Eduardo Lobo, denunciado pelo Globo no último dia 6, também já foi notificado pela Secretaria municipal de Meio Ambiente.
Ecopontos vão atender à Região Metropolitana
Para combater lixões clandestinos, a Secretaria estadual do Ambiente (SEA) vai construir 110 ecopontos na Região Metropolitana do Rio. De acordo com o subsecretário Gelson Serva, recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam) foram separados para esta destinação. A primeira unidade deverá começar a operar em três meses; a última, em dois anos e meio.
A estimativa do governo do estado é de recolher três mil toneladas de lixo limpo, como restos de material de construção, em seis cidades: Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, São João de Meriti, Belford Roxo e Caxias. Será realizada uma triagem e reprocessamento do material, que poderá ser aproveitado na construção civil, sobretudo em novas estradas. “Vamos ter algo emergencial agora, já abrimos o processo de contratação. As primeiras unidades deverão começar a funcionar em setembro, outubro“, disse Gelson.
Segundo Jorge Pinheiro, superintendente de qualidade ambiental da SEA, uma das ideias dos projeto é fazer com que as prefeituras da área se comprometam a comprarem 10% do material recebido e beneficiado.
Assim, vai gerar um mercado para sustentar a atividade, além de dar uma destinação nobre ao que antes seria descartado.
Fonte: O Globo