Prefeitura negocia com o governo a construção de casas populares
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
O movimento dos trabalhadores sem-teto (MTST) promove, desde o inicio do mês, a ocupação “Copa do Povo”
30 de maio de 2014 - A gestão Fernando Haddad já negocia com o governo federal a construção de moradias populares no terreno onde o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) promove, desde o início do mês, a ocupação "Copa do Povo", a 4 km da Arena Corinthians, na zona leste da capital. A emenda que permitirá com que a área de 150 mil m² seja classificada como uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis) deve ser entregue pelo Executivo aos vereadores na próxima semana.
A emenda ao Plano Diretor destinará para moradia popular parte de terreno de 150 mil m² invadido na zona leste e chamado de Copa do Povo
Na quarta-feira, cerca de 3,5 mil sem-teto protestaram na frente do prédio da Câmara Municipal, no centro, para exigir dos parlamentares a aprovação da emenda. A entidade também pressionou pela votação definitiva do novo Plano Diretor. "Nós queremos uma data para essa votação e também para a apresentação da emenda. Nada fora disso", disse o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, que foi recebido pela presidência da casa. Os líderes do MTST destacaram que, se não houver a votação da proposta até o dia 12, haverá mais "gente sem ingresso" às portas do estádio de abertura da Copa.
Ao mesmo tempo que exige a desapropriação do terreno da zona leste, que é particular, Boulos trabalha para que a área seja considerada apta a receber empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida Entidades - o pedido foi feito pessoalmente à presidente Dilma Rousseff. Nesse modelo, os próprios movimentos de moradia comandam a obra, a partir de repasses federais. Os associados mais assíduos, que frequentam reuniões e participam de manifestações, ganham preferência na hora do sorteio.
Para obter o apoio da base e garantir a aprovação em plenário, a gestão Haddad ainda terá de ceder a outros interesses, desta vez de vereadores. Muitos exigem do relator do projeto, Nabil Bonduki (PT), a criação de Zeis em seus redutos eleitorais, além da garantia de reserva de terrenos para creches e unidades de saúde. Diante de tantas demandas, o petista já afirmou que apresentará um texto substitutivo.
Presidente da Comissão de Política Urbana, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) afirmou que o governo terá dificuldades em aprovar a emenda.