Prévia do IGP-M tem leve aceleração
Avanço da inflação na construção civil também foi influenciado pela menor deflação de materiais
24 de junho de 2009 - A segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de junho subiu 0,07%, após cair 0,14% em igual prévia em maio.
Para o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, a mudança de trajetória do índice foi influenciada pelo avanço nos preços da construção civil (1,72%), devido aos reajustes de mão-de-obra.
Na análise de Quadros, a segunda prévia mostrou que o índice deve fechar o mês com taxa baixa, não necessariamente negativa. Entretanto, não descartou a possibilidade de o índice voltar a apresentar queda e encerrar o ano com taxa próxima a 2%.
Mesmo com o avanço da inflação, o impacto da desvalorização cambial do dólar ante o real continua agindo em produtos importantes no atacado, cuja taxa é influenciada pela cotação da moeda norte-americana.
Os preços dos materiais para manufatura, termômetro do impacto cambial na inflação do atacado, estão com processo de deflação mais aprofundada (de -0,56% para -1,05%), da segunda prévia de maio para igual prévia em junho.
Além dos aumentos nos preços de mão-de-obra, o avanço da inflação na construção civil também foi influenciado pela perda de força na deflação de materiais, equipamentos e serviços (de -1,10% para -0,18%).
Quadros explicou que, com a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em alguns materiais de construção, os preços de produtos na área apresentaram redução.
Mas, o impacto do recuo nos preços desses produtos já foi captado pelo índice. “Os preços estão se ajustando agora, e não estão caindo tanto como no passado”, afirmou.
A perda de força na deflação atacadista (de -0,34% para -0,21%) também contribuiu para a taxa maior da segunda prévia do IGP-M de junho. No período, houve fim de deflação nos preços agropecuários, que voltaram a subir (de -0,06% para 1,20%).
Já os preços do varejo desaceleraram (de 0,33% para 0,15%), devido à perda de intensidade na taxa de inflação de cigarros (de 10,29% para 3,15%).
Fonte: Diário do Nordeste – CE