Primeira sondagem da construção mostra otimismo, mas inflação preocupa
Perspectiva de uma inflação reduzida diminuiu 21,3%, para 37,3 pontos
24 de março de 2011 - Os empresários da construção civil mantiveram o otimismo verificado no governo Lula neste início de mandato da presidenta Dilma Rousseff, mas não deixam de manifestar preocupação com os riscos de inflação.
Segundo a primeira Sondagem Nacional da Indústria da Construção do governo Dilma, realizada pelo Sinduscon-SP e pela FGV, o indicador de desempenho das empresas subiu 5,1% no trimestre, as perspectivas futuras aumentaram 3,4%, e a confiança na política econômica cresceu 2%.
Todos os indicadores ficaram acima dos 50 pontos, o que significa um ambiente de otimismo entre os empresários do setor.
O índice que mostrou maior otimismo foi o de perspectivas futuras, com 61,8 pontos. O desempenho atual e a percepção sobre a política econômica encerraram o período, respectivamente, em 58,8 e 52,3 pontos.
Já os destaques negativos ficaram por conta da expectativa de inflação e de dificuldades financeiras. De acordo com o levantamento, a perspectiva de uma inflação reduzida diminuiu 21,3%, para 37,3 pontos. Na comparação com o mesmo período de 2010, o recuo foi de 28%. E as dificuldades financeiras se elevaram em 3,3%, atingindo 54 pontos.
No caso dos custos, a pesquisa indica uma melhora de 5,1%, embora ainda esteja como desfavorável (41,8 pontos).
O presidente do Sinduscon-SP, Sergio Watanabe, ressalta que a Sondagem não reflete os cortes do Orçamento da União e o cenário internacional, que teve a tragédia do Japão e as tensões políticas no Oriente Médio entre os principais destaques.
Segundo ele, a próxima Sondagem deverá refletir melhor os impactos na confiança do empresariado da construção. "A enquete, a primeira sob o governo da presidente Dilma Rousseff, foi feita antes do corte do Orçamento da União e dos acontecimentos mundiais posteriores, como o terremoto no Japão e o ataque da coalizão dos EUA e de países europeus à Líbia", afirmou.
Mesmo assim, um recuo drástico nos indicadores está descartado. Na avaliação do diretor de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, dificilmente a Sondagem mostrará uma percepção pessimista, uma vez que em 2011 boa parte do crescimento da construção está assegurado, por ter sido contratado em 2010.
A expectativa de crescimento do PIB baixou 2,1%, mas ainda permanece em um patamar otimista, de 58,4%.
Fonte: IG - SP