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Projeto no Paraná reúne empresas da construção civil em 20 cidades

Texto: Redação AECweb

Construtoras melhoram práticas de gestão e buscam oportunidades. Quase 99% das empresas que atuam no setor são micro ou pequenas

15 de março de 2011 - O aquecimento do mercado da construção civil movimenta a economia de todo o país. No Paraná, um projeto une empresas do setor em 20 cidades. Com o novo método, as construtoras melhoram as práticas de gestão e buscam oportunidades de mercado.

No oeste do Paraná, a construção civil gera 10% dos empregos e quase 14% da renda da região. O Sebrae reuniu no local empresas e empreendedores individuais em um projeto chamado Obra dez.

"O Sebrae organiza essas empresas em núcleos setoriais. Faz um trabalho para que eles fiquem organizados. E os empresários em planejamentos, em reuniões de planejamento, citam quais as soluções que eles necessitam no seu dia a dia para a organização das empresas", explica Volmir Valentini, do Sabrae. Quase 99% das empresas que atuam no setor são micro ou pequenas.

A região oeste do Paraná quer ser referência em qualidade na construção. Por isso, 350 empresas participam do projeto. E a concorrência de muitos e muitos anos virou uma grande parceria, onde todos trabalham juntos e faturam mais.

“Quando a gente sai do operacional, você consegue ter uma visão muito mais sistêmica, até sobre como você se capacitar e buscar capacitação coletiva", Édson José de Vasconcelos, empresário.

Édson José de Vasconcelos é um dos participantes do projeto. O empresário é dono de uma indústria de pré-moldados. As vigas são usadas para erguer prédios e galpões. Ele aproveita as reuniões com os demais participantes para resolver problemas comuns do setor.

"Quando começa a abrir o coração e falar dos seus defeitos, todo mundo descobre que tem os mesmos problemas e se une para conseguir combater esses problemas. E quem ganha é o mercado e o empresário", diz Édson José de Vasconcelos, empresário.

Mudança de postura

Com a orientação do Sebrae, o empresário mudou sua postura em relação ao negócio. Deixou a parte operacional e passou a se dedicar ao planejamento. "Quando a gente sai do operacional, você consegue ter uma visão muito mais sistêmica, até sobre como você se capacitar e buscar capacitação coletiva", afirma Vasconcelos.

Da empresa saem 150 metros cúbicos de vigas por mês. A empresa atende 50 obras por ano, principalmente em São Paulo. A produção só começa depois de um teste de consistência do concreto fresco.

"Esse concreto está aprovado. 4,5 centímetros e meio para utilizar nas formas, na produção das peças. Se não desse 4,5 centímetros, aconteceria o quê? A rodada de concreto seria descartada e teria que fazer novamente o concreto", diz Daniel Madruga Dotto, estagiário de engenharia civil.

Plano de cargos e salários

Para beneficiar os empregados, a empresa terá um plano de cargos e salários. Outra mudança é na redução de despesas. Hoje, todos os gastos são avaliados por um novo setor, a controladoria de custos.

"O nosso departamento de vendas consegue, com essa controladoria de custos, saber quais são os produtos, quais são os mercados, aquilo que dá ou não dá dinheiro, aquilo que gera ou não gera margem de contribuição para a empresa. Você fica muito mais otimizado", revela o empresário.

Espaço para crescer

Do total, 13,3% das empresas instaladas no oeste do estado pertencem ao segmento da construção civil e ainda há muito espaço para crescer.

Uma pesquisa mostra que 93% das obras particulares não são feitas por empresas formais. Elas são executadas pelo dono da casa, ou por um vizinho, um amigo. Sobra boa vontade mais falta experiência. É nesse gigantesco mercado que as empresas do projeto querem entrar.

"É importante que as empresas busquem também esse mercado e não fiquem apenas focadas em obras públicas ou incorporações, propriamente dito. Mas também busquem as obras particulares, as obras menores, porque é um mercado bastante grande e que gera riqueza na cadeia", explica Volmir Valentini.

O empresário aproveitou o bom momento do mercado imobiliário e montou três novos pequenos negócios. Um deles é uma concreteira que produz mais de 2 mil metros cúbicos por mês. Um dos principais clientes é a construtora de prédios residenciais inaugurada pelo próprio empresário. Para vender ou alugar os apartamentos, Édson Vasconcelos abriu uma imobiliária. O ciclo está completo: o concreto, as vigas, a construção e a comercialização dos apartamentos.

"Tem obras que a construtora pega e compra parte do pré-fabricado. Tem obras que a imobiliária vende que é da incorporadora", explica Vasconcelos.

Metas

As metas do projeto são aumentar o faturamento das empresas em 10% e a produtividade em 15%. O Sebrae também capacita empreendedores informais, como encanadores e eletricistas. É um trabalho que forma prestadores de serviço para as construtoras.

"Um dos focos do projeto é fazer com que haja essa relação comercial e de organização entre os elos da cadeia. Um elo se relacionando com outro para gerar mais negócios e, por conseqüência, a cadeia crescer como um todo", diz Valentini.

Fonte: G1 – RJ

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