Queda no crédito imobiliário espera adesões
Momento é propício para a redução das taxas; baixa, porém, não deve ser tão forte quanto em outras linhas
08 de maio de 2012 - A queda dos juros não chegou com força ao crédito imobiliário -até agora, só a Caixa Econômica Federal anunciou redução nas taxas. O movimento, porém, deve ser seguido por outros bancos.
O momento é propício para revisão nas taxas do imobiliário, considerado produto estratégico para fidelizar o cliente por até 30 anos.
O governo anunciou na semana passada a redução no juro da poupança -principal fonte de recursos da habitação. Com isso, os bancos terão de pagar menos pelos recursos captados e poderão cobrar menos dos clientes.
"A probabilidade de as taxas caírem está vinculada ao custo do dinheiro e à estratégia competitiva dos bancos para não perder espaço para a Caixa. É provável que as taxas se nivelem mais para baixo", afirma João da Rocha Lima Jr., professor da USP.
Mas os bancos privados só devem reduzir juros quando a pressão da Caixa e do Banco do Brasil for muito forte, o que deve levar um tempo.
Octavio de Lazari, presidente da Abecip, associação do crédito imobiliário, disse que a redução da Selic deve estimular a queda dos juros.
O consultor financeiro Valter Police Junior afirma que os juros do crédito imobiliário vão cair, mas não na mesma proporção de outras linhas. "Você vai tirar mais de onde tem mais gordura, como o cheque especial. O financiamento imobiliário é o mais barato que existe; não tem muita margem para reduzir. Se cair, vai cair pouco."
Ele diz que os consumidores devem ficar atentos antes de fechar um empréstimo só porque as taxas foram reduzidas. "Não tome em minutos uma decisão que vai comprometer 30 anos."
Police lembra que existem outros custos no financiamento. "Alguns bancos podem baixar os juros, mas compensar em outros pontos", como na análise de crédito e na avaliação do imóvel.
Fonte: Folha de São Paulo