Reciclagem gera economia na construção civil
Resolução do Conama estabelece destinação correta de resíduos, que promovem o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental
05 de outubro de 2009 - A resolução 307/2007, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), estabelece as diretrizes que deverão ser adotadas quanto ao destino e reciclagem de resíduos originados pela construção civil.
Além de promover o desenvolvimento sustentável, visando a preservação ambiental, a resolução tem como pano de fundo a geração de economia para quem está construindo. Quem explica é a arquiteta Rosimeire Suzuki Lima, que desenvolveu estudos sobre a questão dos resíduos da construção civil.
Ainda nos canteiros de obras, os materiais poderão ser separados de acordo com a categoria que são classificados para a destinação correta, afirma a arquiteta. De acordo com a resolução, os materiais encontrados em canteiros de obras são classificados em classe A (também conhecidos como nobres, que são produtos que podem ser reaproveitados como tijolos, concreto e telhas), classe B (embalagens de materiais, plásticos e ferro cortado); classe C (gesso e materiais que têm inviabilidade econômica de ser reciclado) e classe D (que são produtos inflamáveis que podem oferecer algum tipo de risco como solventes e tintas e que deverão ter destinação especial para que não sejam descartados em lixos comuns).
A separação desses materiais pode ser implantada de forma fácil nos canteiros de obras e não geram altos custos para a implantação, explica Rosimeire.
De acordo com a arquiteta, os produtos da classe A poderão passar por processo de reciclagem e serem reutilizados na própria obra para fazer caixas de gordura e alguns tipos de calçamento.
A economia se dá pelo reaproveitamento do material e por não haver necessidade de transporte e compra de um novo material. E os produtos agregados, ou seja, aqueles que são originados pelo processo de reciclagem não deixam em nada a desejar quanto à qualidade de produtos novos.
Centros de pesquisa, como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), desde 2004 têm realizado pesquisas com esses materiais, verificando a qualidade e melhores formas de utilização. E como formas de atração de um nicho de mercado, empresas têm se atentado quanto à preocupação de oferecer produtos que permitam o desenvolvimento sustentável. Antes tinha muito preconceito quanto à utilização de produtos reciclados, hoje é um diferencial no mercado muito utilizado pelas empresas, analisa Rosimeire.
Reciclagem X Responsabilidade
A responsabilidade quanto ao destino dos resíduos da construção civil fica a cargo do responsável da obra. Por isso, há a necessidade de ter um profissional da área no acompanhamento da obra. Antes de mais nada, deverá haver o diagnóstido da capacidade de geração de resíduos.
Em Londrina, os pequenos geradores, que são pequenas construções e reformas, podem contar com os ecopontos, que são espaços que a Prefeitura destinou para o depósito desses materiais. Mesmo em fase de teste, seis ecopontos estão em atividades.
É uma forma de evitar que esse material seja depositado em fundos de vale ou em outros espaços inadequados, afirma Agnaldo Rosa, assessor executivo da Companhia Municipal de Transporte e Urbanismo de Londrina.
Já os maiores geradores, que são construtoras e empreiteiras, deverão obedecer à legislação que cabe ao tema e seguir as normas regulamentadoras oferecidas pela ABNT. Embora não sejam leis, essas normas apresentam orientações corretas quanto ao uso e destino dos resíduos da construção.
Fonte: Folha de Londrina - PR