Rentabilidade de imóvel dispara no país
Ganho médio ficou em torno de 50% no Rio e em SP no ano passado; valorização superou até ouro, que rendeu 32%
07 de junho de 2011 - O aquecimento da economia e a inflação do mercado imobiliário tornaram o investimento em imóveis, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a melhor alternativa em termos de rentabilidade no ano passado.
No Rio, o ganho médio desses investimentos ficou em torno dos 50% em 2010, segundo o Secovi-Rio (Sindicato da Habitação).
Superou de longe até aplicações como o ouro, que teve rentabilidade de 32%. O dado leva em conta os valores de venda e também de aluguel.
O mesmo aconteceu em São Paulo, onde o valor dos lançamentos disparou até 71% no ano passado -caso dos apartamentos de luxo de um dormitório. Na média, os preços saltaram 34,4% na capital paulista.
Somados os ganhos que um investidor tem com aluguel, que subiu 13,44% na cidade, a rentabilidade do investimento imobiliário alcançou 47,84% em 2010.
No Rio, a rentabilidade em regiões da cidade, considerando o preço de venda e de locação, chega a 90%.
Pacificados
É o caso de um apartamento de um quarto no centro da cidade, local onde os imóveis tiveram, em 2010, valorização média de 70%.
Boa parte dos imóveis com maior rentabilidade está em áreas próximas a comunidades que receberam UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), como Tijuca, Copacabana e Vila Isabel. Nessas regiões, a rentabilidade média superou os 50%.
"Investir em imóveis sempre foi um bom negócio, mas está cada vez melhor. E cada vez mais investidores chegam. Não só pessoas físicas, mas empresas e estrangeiros também estão apostando", afirma a vice-presidente financeira do Secovi-RJ, Maria Teresa Mendonça Dias.
O advogado Fábio Martins, 53, entrou no mercado imobiliário há três anos e pretende investir mais.
"Está valendo a pena investir no Rio. O mercado está aquecido, e a tendência é a coisa se intensificar ainda mais", afirma.
Desaquecimento
Mas, para Luiz Paulo Pompeia, da Embraesp, o preço dos imóveis chegou perto do teto nessas cidades, desacelerando o ritmo de valorização e estreitando as possibilidades de ganho.
"Estamos vivenciando o início disso. Quando chegar ao final do ano, verá que foi em abril, maio, que começou esse arrefecimento."
Além de as melhores oportunidades terem passado, vale lembrar que a "imobilização" de capital é um processo caro, implica alta concentração de recursos e impõe gastos com manutenção.
Fonte: Folha de S. Paulo - SP