Retomada no setor imobiliário deve impulsionar economia
Média de unidades vendidas deve saltar de 2,3 mil unidades para 3 mil unidades mensais
06 de setembro de 2009 - O mercado voltará a lançar novas unidades numa velocidade maior em São Paulo, o que vai contribuir para o crescimento da economia. A venda de imóveis em São Paulo já dá sinais de retomada.
Segundo análise da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), no último trimestre de 2009, a média de unidades vendidas deve saltar de 2,3 mil unidades para 3 mil unidades mensais.
O estoque de unidades prontas atualmente é de 12,5 mil unidades. Se as vendas continuarem nesse ritmo esse estoque vai ser liquidado em até seis meses, o que vai estimular as empresas do setor para novos lançamentos no curto prazo.
Reflexo no sistema financeiro
"No final de 2009, as empresas já estarão preparadas para lançamentos mais ousados, voltando a padrões semelhantes a 2007 e 2008", afirma Fabio Pina, economista da Fecomercio. Ele observa que a retomada do mercado imobiliário vai alavancar a economia, já que o setor de construção civil privado representa mais de 60% da construção do País.
"O segmento movimenta toda uma cadeia produtiva (serviços de arquitetura, engenharia, materiais de construção, serviços de advocacia, móveis e decoração, entre outros) e é intensivo em mão-de-obra", explica Pina.
O crescimento da atividade também movimenta um volume grande de financiamento de longo prazo, que modifica toda a atuação do sistema financeiro. Além disso, o aumento de lançamentos e de vendas mostra que os consumidores parecem dispostos a voltar a se endividar no longo prazo com bens de maior valor.
Dados levantados pela Fecomercio apontam que no início de 2009, devido à redução nas vendas, o estoque estava muito acima do desejado e chegou a acumular mais de 21 mil unidades. Por conta disso, no início do ano, foi feito um ajuste, o que levou à redução de estoque. A tendência é a de que esse estoque volte a aumentar com os sinais de crescimento das vendas e com lançamentos de novas unidades em uma velocidade um pouco maior.
"Esse comportamento deve ser gradualmente seguido por outras regiões", avalia Pina. Ele acredita que, a partir do final deste ano, a economia estará crescendo a um ritmo mais rápido e em grande parte isso se deverá ao setor imobiliário.
O boom 2007/2008
A análise da Fecomercio indica que, após um período de muitas dúvidas e de retração, a indústria imobiliária pode repetir, a partir do último trimestre de 2009, o desempenho de 2007 e 2008. Entre 2006 e o final de 2008, o setor imobiliário (construção e incorporação) atravessou uma fase febril, proporcionada por mudanças da legislação e por um forte apetite do setor financeiro que adotou uma estratégia agressiva para financiar o crescimento da demanda.
Entre 2007 e 2008, foram lançados em média 35 mil imóveis/ano na cidade de São Paulo, contra uma média histórica inferior a 20 mil nos anos anteriores. As vendas, no mesmo período, foram em média de pouco menos de 35 mil unidades.
Com esse boom de vendas e de lançamentos, o estoque disponível cresceu para algo em torno de 20 mil unidades (o mesmo padrão de hoje) volume adequado para fazer frente a uma velocidade de vendas recorde.
Fonte: Relatório Bancário - SP