Retrofit valoriza residencial, mas requer aval de condôminos
Procura por reforma estrutural de imóvel cresceu 20% nos últimos dois anos, segundo Lello.
03 de janeiro de 2011 - Com a falta de terrenos para construir novos apartamentos em áreas centrais da cidade de São Paulo, o "retrofit" -modernização das estruturas interna e externa do imóvel- torna-se uma opção para criar moradias adequadas às necessidades atuais e pode valorizar o empreendimento em até 100%.
"Uma estrutura externa antiga e um sistema elétrico insuficiente para atender os moradores podem desvalorizar o patrimônio em no mínimo 20%", avalia Raquel Tomasini, engenheira da Lello Condomínios.
A demanda por esse tipo de reforma estrutural para edifícios residenciais cresceu 20% nos últimos dois anos na capital paulista, de acordo com Tomasini.
O "retrofit" custa, em média, 50% menos que construir um imóvel do zero -o tempo de obras também cai pela metade. Mas nem sempre é possível viabilizá-lo. Inicialmente, é preciso aprovar a reforma em assembleia.
Mudanças estruturais requerem anuência da maioria dos condôminos (50% mais um); no caso específico da reforma de fachadas, a aprovação deve ser unânime.
É preciso considerar também o inconveniente de os moradores habitarem o imóvel durante as obras.
Para solucionar um problema de infiltração, o arquiteto Roberto Candusso, 67, coordenou o projeto de "retrofit" no condomínio em que morava nos Jardins (zona oeste), o Marambaia.
Novas sacadas
Candusso aproveitou a oportunidade para sugerir a construção de uma varanda em cada apartamento.
Após a reforma, o prédio de dez pavimentos -uma unidade por andar- passou a valer três vezes mais, também devido à valorização do entorno. "No fim todos gostaram, mas no início tive problemas para conseguir a aprovação unânime dos condôminos", afirma.
Segundo Carlos Roberto de Luca, consultor da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para "Drywall", a evidência do "retrofit" no mercado imobiliários já trouxe resultados positivos aos fornecedores.
"Nos últimos três anos, a venda das chapas de gesso e aço [usadas para erguer paredes, por exemplo] cresceu cerca de 25%", calcula.
Fonte: Folha de S. Paulo - SP